MÚSICA

O hard core que corre nas veias

CPM 22 faz show com repertório dos 23 anos de estrada no Music Hall, neste sábado (16)

PUBLICADO EM 16/06/18 - 03h00

Há 23 anos na estrada, o CPM 22 sabe muito bem a dor e a delícia de empunhar a bandeira do punk rock no Brasil. Mesmo assim, em sua trajetória, a banda conquistou feitos como um disco de ouro (pelo registro “CPM 22”, de 2001), frequentou a programação de emissoras de rádio e TV e lota shows. 

E é com a força da metáfora presente no título da atual turnê – “Suor e Sacrifício” – que o grupo volta a desembarcar na capital mineira neste sábado (16), no Music Hall. 

Vale lembrar que ano passado os integrantes ocuparam o mesmo espaço para a estreia do show – portanto, é a segunda vez que os mineiros têm a oportunidade de conferir o sucessor do álbum “Depois de Um Longo Inverno” (2011), e que marca o retorno do grupo às raízes do hard core. Mas claro, as músicas da discografia dos anos 2000 – como “Regina Let's Go!”, “Tarde de Outubro”, “O Mundo Dá Voltas”, “Anteontem” e “Um Minuto Para o Fim do Mundo” – também serão lembradas.

Da capital mineira, o grupo cultiva boas lembranças. O primeiro show foi na casa noturna Matriz. Na plateia, cerca de cem pessoas, mas “com a explosão dos shows de punk que rola por lá”, lembra Japinha, baterista.
Na sequência, vieram shows maiores no hoje KM de Vantagens Hall e no “Pop Rock Brasil” (no Mineirão e no Mineirinho). “Passamos por espaços com tamanhos e propostas distintas, mas desde o início o público daí foi muito importante. O punk, o metal e o hard core são muito fortes na cena da cidade”, afirma o músico.

Rock é trabalho

“Suor e Sacrifício” (2017) vinha sendo gestado desde que a banda finalizou o trabalho anterior, que a aproximou de outros estilos, como o ska. Mas o grupo teve que interromper o processo para dedicar-se à apresentação histórica no “Rock in Rio 2015”. O show emocionou os fãs, que trataram de cantar, junto, as músicas clássicas e alternativas do setlist.

Um alento em um período no qual, lembra Japinha, estilos como o funk, o sertanejo e o pop angariam mais popularidade nas rádios. “É muito difícil fazer rock no Brasil. Há pouca renovação das bandas e o estilo está desprestigiado. Mas sim, temos fãs fiéis, e eles não nos abandonam. E há a nova geração que gosta de hard core, de punk, e que começou a conhecer nosso trabalho por influência de irmãos ou primos”. 

Para esse time, a boa nova é que o CPM 22 deve retornar em breve aos estúdios, junto ao Raimundos, para gravar um single digno do peso desse encontro.

“Suor e Sacrifício”
Music Hall (av. do Contor, 3239, Santa Efigênia). Neste sábado (16), às 21h. R$ 90 (pista, inteira) 

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) Sob a supervisão de Patrícia Cassese