Artes cênicas

Transitoriedade em cena 

No palco: A morte e o amor aguçamo imaginário do público | Foto: Fabiano Lana/Divulgação
PUBLICADO EM 18/04/15 - 03h00

Com duração limitada, a vida segue a sua trajetória. E, no meio do caminho, encontros e desencontros. O cotidiano e todos os seus conflitos coexistindo com a morte. Essa é a abordagem do espetáculo “Até que a Aurora nos Prepare”, da Cia Três Calados, que faz a primeira temporada do ano no Teatro Francisco Nunes, da próxima quinta (23) a domingo (26).

A trama é contada por Aurora, personificação da morte, que narra ao espectador as diversas situações vividas pelo casal Oswaldo e Analeta, que se conheceu inusitadamente em um velório e se apaixonou. A história de amor passa por rompimentos, encantamentos e decisões que culminam em reflexões sobre a efemeridade da vida. “Aurora aparece em cada cena para falar abertamente com o público sobre memória, apego e desprendimento. Ora de forma dura, ora didática, ela vai construindo novas relações entre o homem e o tempo”, conta o ator Fabiano Galdino, que divide o palco com Daniela Garcia e Libéria Neves.

A montagem, dirigida por Lucélia Saturnino, também será apresentada em outros três espaços da capital mineira, ainda a serem definidos. O grupo usa o feedback do público e a proximidade com outras formações teatrais como estímulo e base para novos projetos.

Encontro
O espetáculo é resultado da produção coletiva do grupo, que tem como peculiaridade ser formado por um elenco de “não profissionais” em teatro. O publicitário Galdino, a filósofa Daniela e a psicóloga Libéria se conheceram em uma oficina de experimentação em artes cênicas da universidade. “Quando nos formamos, sentimos a necessidade de dar continuidade ao trabalho. O encontro com a literatura, que teve início com o livro ‘Pequeno Tratado das Grandes Virtudes’, do francês André Comte-Sponville, serviu como base para os nossos processos de experimentação”, conta Galdino.

Textos dos escritores mineiros Murilo Rubião (“O Pirotécnico Zacarias”) e Carlos Drummond de Andrade (“Flor, Telefone, Moça”) também trouxeram ideias de personagens e de situações adaptadas na peça, que lançou a Cia Três Calados como grupo de teatro em 2012.

Até que Aurora nos Prepare
Teatro Francisco Nunes (Av. Afonso Pena, s/nº., Parque Municipal, centro, 3277-6325). De 23 a 26 de abril. Quinta a sábado, às 20h, e domingo, às 19h) R$ 10 (inteira).