As camadas do som de Raquel  

Raquel Coutinho lança “Mineral” no Teatro Bradesco, na próxima quinta (25) | Foto: joão bertholini/divulgação
PUBLICADO EM 20/09/14 - 03h00

 

Bailarina desde os quatro anos, Raquel Coutinho teve seu primeiro contato com a música através do corpo. Tendo passeado por estilos tão diversos quanto o balé clássico e o flamenco, foi a capoeira que marcou sua carreira: a dança-luta possibilitou a aproximação de Raquel com Maurício Tizumba, a quem chama de ‘mestre’. “Na capoeira, aprendi a tocar berimbau, pandeiro, atabaque, e, na mesma época, fui abduzida pela música dos tambores de Minas e do Tizumba”, conta Raquel sobre o artista com quem aprimorou a arte de cantar, dançar e tocar ao mesmo tempo, nos 15 anos que dividiram o palco. 
 
No disco, “Mineral”, que ela lança no teatro Bradesco na quinta (25), ela funde suas influências da música afro-brasileira à linguagens digitais, num trabalho cheio de groove e camadas – percussão corporal, samplers e texturas de voz completam a lista de recursos. “Minha música não pretende ser reprodução da cultura tradicional e folclórica. Pego minha bagagem de formação e a levo para outros quintais, de um jeito que essa música caiba em qualquer lugar do mundo”, diz Raquel, que canta acompanhada do percussionista Marcos Suzano, do tecladista Sacha Amback e do guitarrista André Valle.
 
As composições de “Mineral” – a maioria assinadas por Raquel em parceria com Maurício Negão –, vieram depois que a cantora se mudou para o Rio e reparou como a natureza insiste em nascer em meio ao concreto. “Eu me senti assim, como um ser da natureza lutando pela sobrevivência na cidade de concreto, bela e sufocante. Percebi, por fim, que o que está presente em tudo isso, no orgânico e no construído, é o mineral. Ele é a matéria-prima”, explica a artista, que inclui no repertório algumas músicas de “Olho d’Água”, seu primeiro disco e um cover de George Harrison.
 
Raquel Coutinho 
No lançamento do disco “Mineral”
Teatro Bradesco (r. da Bahia, 2.244, Lourdes, 3516-1360). Quinta (25), às 20h30. R$ 30 (inteira).