Projeções: Algumas canções do espetáculo foram animadas e serão exibidas no palco | Foto: Anna Campos/Divulgação
PUBLICADO EM 24/09/16 - 03h00
Quando teve os primeiros ímpetos de criação no campo da música, há mais de dez anos, o ator e compositor Tatá Santana encontrou inspiração em suas memórias da infância: a preparação para dormir, o medo do guarda-roupa, os chinelos que precisavam ficar juntos para não atrair assombração, a cachorrinha Lesse que viveu muitos anos com a família e acabou sendo envenenada.
Mais recentemente, a infância retomou um lugar central em suas composições, mas sob outro viés, o do adulto que observa o crescimento das filhas, de 1 e 5 anos. Esses dois momentos criativos são a matéria-prima do espetáculo cênico-musical “A Festa do Pijama”, do Grupo Oriundo de Teatro, que estreia neste domingo (25), junto ao lançamento do disco homônimo.
Responsável pelas trilhas sonoras dos espetáculos do grupo há anos, a ideia de lançar a “banda do Oriundo”, com as músicas de Santana, é antiga, mas a oportunidade veio este ano. “Nos reunimos na sala de ensaio com as músicas dele e fomos brincando, permeando o mundo da criança de ontem, representadas pelas nossas próprias brincadeiras, e de hoje, pelas dos nossos filhos”, conta Anna Campos, que assina a direção ao lado de Antônio Hildebrando.
Desse exercício veio o conceito da festa do pijama. “É uma coisa muito em alta pras crianças hoje em dia, que não era tanto na nossa época. Acredito que porque dormir fora era uma coisa mais rotineira para nós, sempre íamos pra casa de primos. Para eles, que ficam mais sozinhos, poder dormir na casa do outro, ter uma festa do pijama, é o máximo”, explica. Inclusive, a ideia é que a plateia também vá de pijama, tanto os filhos quanto os pais. “É para todo mundo entrar de fato na brincadeira, quebrar o protocolo com a gente”, diz.
Tecnologia e tradição se misturam no espetáculo, e as músicas são performadas ao vivo. Variados também são os gêneros musicais e as temáticas abordadas. “A gente fala sobre infância de uma forma genuína, sem estereotipá-la como um universo apenas maravilhoso. Por isso focamos também a criança que faz pirraça, que tem mau humor e medo”, explica Santana. “Outra coisa que buscamos é trazer discussões atuais, como a de gênero, mostrando que as brincadeiras são para todos, menino ou menina. Nossa proposta é também ouvir a criança a respeito disso e a discussão se dá pela música”.
A Festa do Pijama
Grupo Oriundo de Teatro
Teatro Bradesco (r. da Bahia, 2.244, Lourdes, 3516-1360). Dia 25 (domingo), às 16h. R$ 10 (inteira). Quem for de pijama paga meia.