Dia a dia

De olho na segurança dos condomínios

Atenção dos moradores pode fazer a diferença, coibindo ações contra os condomínios

PUBLICADO EM 20/05/17 - 03h00
Em janeiro do ano passado, o economista Wilton Valle teve seu apartamento, que fica no primeiro andar de um prédio situado no bairro Sion, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, invadido por um ladrão durante a madrugada. Enquanto ele dormia na sala, o criminoso cerrou a grade da janela e roubou uma mochila com laptop e outros equipamentos eletrônicos.
 
“Ele cerrou um espaço mínimo e entrou. Eu custei a perceber que tinha sido furtado, principalmente porque a janela não é de frente para a rua. Desde aquele dia, reforcei a segurança das grades e não deixo mais as janelas abertas. Além disso, sempre que a minha esposa vai entrar na garagem, observa bem e dá a volta no quarteirão se sentir que há perigo”, comenta o economista. 
 
Casos como o de Valle não são raros, pelo contrário. Nos últimos cinco anos, os registros de crimes contra o patrimônio aumentaram 86%, passando de 23.186 para 43.120 ocorrências, segundo balanço da Secretaria de Estado de Segurança Pública de Minas Gerais (Sesp).
 
Diante desses dados e situações, a violência se tornou um grande motivo de preocupação principalmente para os moradores de condomínios que possuem alta circulação de pessoas. Segundo Geraldo Vitor, gerente geral de gestão condominial da administradora APSA, algo pode fazer a diferença entre uma moradia segura e uma que apenas aparenta segurança: as pessoas. 
 
Observação
 
Ele afirma que a atenção do morador e do porteiro do prédio é crucial, uma vez que, atualmente, os bandidos estão ousados e preferem entrar pela porta da frente. “Há casos em que os porteiros abrem portões para qualquer um que toque o interfone. É muito comum também o morador abrir a porta para um desconhecido, achando que ele é visitante, quando o porteiro não está por perto. Isso jamais pode ser feito”, alerta.
 
Vitor acrescenta que muros altos e janelas escurecidas em portarias não aumentam a proteção, ao contrário do que se imagina. “Isso facilita a ação, uma vez que protege os bandidos da visão das pessoas da rua assim que eles entram nos prédios”, diz.
 
Para ele, uma maneira eficaz de impedir que esse tipo de crime aconteça é orientar bem os funcionários e moradores e treiná-los para melhor agirem durante uma situação de risco. “Não há sistema de segurança, controle de acesso ou câmera que funcione bem se não houver treinamento e consciência. O empregado deve estar sempre muito atento e trabalhar com zelo”, ressalta ele, que também alerta que “é fundamental que as pessoas que recebem prestadores de serviço apenas abram a porta quando avisadas pelo dono da casa de que alguém vai lá entregar algo. Se não tiverem informações sobre isso, é melhor não abrir”, diz.
 
Tecnologia
 
Porém, mesmo com equipes muito bem treinadas, é fundamental que o condomínio instale os circuitos internos de TV. “As câmeras inibem a ação do bandido e permitem ainda a apuração do que aconteceu, além de facilitar a identificação do criminoso”, lembra Vitor. “A tecnologia somada aos cuidados humanos é o melhor caminho”, frisa.
 
No Brasil, sistemas de circuito interno de TV, interfone com vídeo, catracas biométricas e cercas elétricas e concertinas são algumas das soluções de segurança usadas com mais frequência nos grandes condomínios.