Wabi-sabi

Simplicidade do lar inspira o bem-estar

Originado no Japão, estilo considera belo o que é imperfeito e valoriza a natureza

PUBLICADO EM 17/06/17 - 03h00
Diante do estresse da rotina diária e das mil e uma tarefas que várias pessoas têm que realizar todos os dias, surge, muitas vezes, a necessidade de relaxar e de desacelerar. Para muita gente, é melhor ainda que isso aconteça sem precisar sair de casa.
 
Uma decoração centrada na essência do natural, em energias positivas e no bem-estar dos moradores tem despertado atenção e ganhado mais adeptos. A tendência, conhecida como wabi-sabi, tem como máxima o conforto, seguindo o conceito “menos é mais”.
 
Originado no Japão, o estilo considera belo o que é imperfeito e simples. “Suas características incluem a assimetria, a irregularidade, a economia e a valorização da ingenuidade de objetos decorativos autênticos ligados à natureza”, explica a designer de interiores Laura Baltazar. 
 
Segundo ela, o wabi-sabi é considerado por algumas pessoas o novo Feng-Shui. O estilo busca valorizar uma vida baseada no desapego e que ainda assim pode gerar conforto. “Podemos deixar nossa imaginação fluir e mesclar distintos objetos, criando uma decoração totalmente pessoal e exclusiva, tornando o ambiente único e cheio de charme”, conta a profissional. 
 
No estilo
 
Quem pretende adotar o wabi-sabi em sua casa deve se concentrar em preparar ambientes pouco cheios, com objetos funcionais naturalmente belos e com valor sentimental. “Pode-se extrapolar nas cores e texturas e combinar diferentes estilos e cores. O estilo não é linear, não segue uma linha única e é eclético, mutável e instável”, afirma Laura.
 
Outra sugestão é reutilizar produtos que seriam descartados. “O interessante é dar nova vida àquilo que parecia não ter mais uso, com a premissa de economia e exclusividade. Reutilizar significa gerar menos entulho, menos material sendo jogado fora e mais consciência ambiental”, completa.
 
Para ornamentar, também vale apostar em artesanatos feitos a partir de matérias-primas como barro, pedra, lã, palha, algodão cru, linho, madeira envelhecida etc. “Podemos encontrar esses artigos de decoração em brechós, antiquários e ferros-velhos e ter contato com pessoas que queiram se desfazer de peças. Além disso, pode-se também customizar um móvel ou adorno, dando a ele a sua própria personalidade”, frisa a designer. 
 
Fotos e pinturas com temas relacionados à natureza são bem-vindos, assim como objetos rústicos, móveis de madeira simples e com notáveis marcas de desgaste. Aliás, segundo Laura, tudo o que tem história e identificação pode ser adotado e misturado a elementos decorativos novos.
 
“A paleta de cores tem predominância de branco, cinza e tons terrosos. Luz natural e velas devem ser privilegiados. Além disso, o ideal é manter o ambiente silencioso e sem ruídos, com plantas, flores e ervas”, finaliza a profissional.