MÚSICA

Recordar é viver em dose dupla 

Raça Negra revive hits dos anos 90 no Mineirão

O Raça Negra coleciona 12 vinis, 28 cds, 4 dvds e mais 36 milhões de discos vendidos ao longo da carreira | Foto: Fábio Nunes/divulgação
PUBLICADO EM 10/03/18 - 03h00

 

Não vamos, aqui, julgar o gosto musical de cada um. Mas, se você nasceu entre as décadas de 1980 e 1990, é bem provável que já tenha presenciado algum churrasco de domingo em família, embalado por hits do pagode como “Cheia de Manias”, do Raça Negra, tocada incansáveis vezes na rádio.
 
Impulsionado por esse momento nostálgico, musicalmente falando, o mesmo pagode está disponível, agora, nos serviços de streaming e, fora dele, conquista shows com públicos sempre cheios – caso do próprio Raça Negra, que tem apresentação marcada na Arena Mineirão no próximo sábado (17). Na ocasião, o grupo divide o show com o Harmonia do Samba, que também aposta na fórmula do “recordar é viver” com o projeto autoexplicativo “Harmonia das Antigas”, revivendo os tempos áureos da banda de Xandy.
 
Mas, para Luiz Carlos, vocalista do Raça Negra, o momento de apresentações e projetos que englobam as regravações dos sucessos não é visto como um retorno nostálgico, embora existam projetos que impulsionam essa memória afetiva: Em 2012, por exemplo, o grupo ganhou a sua versão “indie” com o tributo “Jeito Felindie”, que reviveu as principais canções do Raça Negra nas vozes de outras bandas alternativas brasileiras. “Não vejo como um retorno. Nos últimos anos, a banda viajou o Brasil inteiro fazendo show. Então, acredito que essa nostalgia sempre existiu”, disse.
 
Mantendo a certeza do sucesso do pagode romântico, nascido há quase 35 anos, o grupo também conquistou novos espaços e, automaticamente, novos públicos. E, neste caso, dividir estilos musicais em um mesmo evento é quase inevitável para essa renovação. “Nós tocamos em festivais nos quais existem diversos estilos como funk, sertanejo, forró, para um público extremamente jovem e que cantam nossas músicas do início ao fim. Idosos, adolescentes e até crianças gostam de ouvir o Raça Negra. Isso é muito gratificante para a carreira de um artista”, disse ele, que acabou de voltar de uma turnê pelos Estados Unidos. 
 
Revival
 
 
Nos anos 90, a faixa “É Tarde Demais” entrou para o livro dos recordes, o “Guinness”, após conquistar a marca de mais de 600 execuções na rádio em um só dia, um divisor de águas na carreira do Raça Negra, de acordo com o próprio vocalista. “Lançamos em 1995 e tocamos em todos os shows e festivais no Brasil. Foi a partir dela que começamos a fazer shows em outros lugares, como na África e América do Sul, e também inauguramos o Brazilian Day em Nova York, no mesmo ano”, disse Luiz Carlos, que agora trabalha junto com o grupo no DVD “Raça Negra e Amigos II”, com participações de Zezé di Camargo e Luciano, Leonardo, Thiaguinho, Wesley Safadão, Chitãozinho e Xororó e outros. 
 
“São grandes cantores e também grandes amigos que nos deram a honra de participar desse projeto cantando grandes sucessos do Raça Negra. Estamos muito felizes com o resultado do trabalho e agora o que mais queremos é continuar viajando pelo Brasil com essa nova turnê”, adianta.
 
 
 
Raça Negra e Harmonia das Antigas
Arena Mineirão (Av. Antônio Abrahão Caran, 1001). Dia 17 (sábado), às 18h. A partir de R$ 60 (meia)