Sem unanimidade

Aécio diz que Simone Tebet é alternativa ‘ambígua’ para a terceira via

Deputado federal afirmou que sequer há garantia que nome da senadora seja aprovada pela convenção do MDB para concorrer a presidência da República

Qua, 18/05/22 - 10h43

No último mês, a chamada terceira via já teve o desembarque do União Brasil, que vai lançar Luciano Bivar na corrida eleitoral, diante do pouco avanço nas negociações. Agora, as siglas que fazem parte do grupo -- PSDB, MDB e Cidadania -- vive um impasse por conta da insistência do ex-governador João Doria em manter seu nome como cabeça de chapa. A pressão para a saída do tucano é motivada pelo alto índice de rejeição e pelo nome não decolar nas pesquisas eleitorais.

E restou apenas a senadora Simone Tebet (MDB), que também tem sinalizado que vai seguir na disputa. Porém, para o deputado federal Aécio Neves (PSDB), a alternativa é ambígua. A declaração foi dada durante entrevista ao quadro Café com Política da Rádio Super 91,7 FM nesta quarta-feira (18). Segundo Aécio, o partido ainda não deu garantias suficientes que vai seguir com o nome da parlamentar na disputa.

“Essa alternativa é ambígua. Eu tenho relações pessoais com a Simone Tebet há décadas, é uma excelente senadora, mas o MDB sequer dá garantias que ela será aprovada na convenção. Até anos atrás, o MDB estava em aliança sólida com o PT”, frisou.

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O deputado defende ainda que o partido tucano possui nomes melhores para a terceira via, apesar de afirmar que a candidatura do ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, esfriou. “Vejo o partido na busca da reconciliação com suas glórias, mas nesse momento o partido com melhores quadros para liderar essa terceira via é o PSDB. Vou insistir que apresente uma nova alternativa para ser julgada pelos brasileiros”, disse.

Corrida contra o tempo

Durante a entrevista, Aécio Neves ainda lembrou que os partidos devem correr contra o tempo para apresentar um nome viável. “As pesquisas mostram que ainda há um espaço [para a terceira via], talvez estreito, para o país escutar uma proposta alternativa. Mesmo que as chances de vitória não sejam grandes, uma nova candidatura permite fazer uma travessia [do PSDB] unidos”, disse.

O impasse com a pré-candidatura de João Doria tem dividido o partido desde o ano passado. Porém, Aécio acredita que o PSDB deve se fortalecer neste momento para conseguir fazer oposição caso algum dos projetos que polarizam a eleição -- Bolsonaro e Lula -- vençam o pleito.

“Continuo achando que o PSDB é essencial ao Brasil. No pós-eleição, quando vai se consolidar essa polarização, vamos viver um momento de terra arrasada na política e é preciso que tenha um partido com capacidade de articulação para fazer esse processo de reorganização inclusive legislativa. Temos mais de 30 partidos no Congresso, como se discute projetos se a maioria representa interesses pessoas e regionais?”, questionou.

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