A Câmara de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, terá um novo presidente, que deve ser escolhido já na próxima segunda-feira. Isso porque o atual comandante da Casa, Wilson Pinheiro (PP), renunciou ontem ao cargo. Na sequência, o vereador Antonio Carrijo (PSDB) apresentou requerimento para definir a eleição para a próxima semana. Assinaram o documento apoiando a eleição 23 vereadores.
A depender de Wilson Pinheiro, a eleição para a presidência da Casa ocorreria no dia 2 de março. A antecipação do pleito recebeu parecer favorável do setor jurídico da Câmara.
Apenas dez vereadores podem disputar a eleição, já que o restante é suplente. Em ano eleitoral, o atual quadro de vereadores na maior cidade do Triângulo Mineiro quer diminuir os desgastes causados por prisões de parlamentares que ocorreram nos últimos meses em operações de combate à corrupção.
O projeto para diminuir o número de cadeiras de vereadores é considerado um dos principais a tramitar neste semestre no Legislativo de Uberlândia. A meta é reduzir de 27 para 21 a quantidade de parlamentares na Casa. Mas há possibilidade de os vereadores apresentarem nova proposta para diminuir ainda mais o número de edis.
‘Os parlamentares também querem reduzir de 15 para 10 auxiliares por gabinete. O objetivo é mostrar uma economia da Casa, que ficará próximo de R$ 46 milhões a cada quatro anos – o que representa uma média de R$ 11,5 milhões por ano.
Desde outubro de 2019, operações movimentaram o Legislativo da cidade do Triângulo Mineiro. O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) apurou que um contrato feito entre a Câmara e uma empresa de segurança tinha indícios de fraude.
O contrato previa 22 funcionários para a segurança, porém apenas 16, de fato, trabalhavam. Os valores referentes a seis funcionários-fantasma foram repassados para vereadores, em 2018, segundo investigação do Gaeco. Essa operação foi batizada de “Guardião”.
Em outra investigação, chamada de Má Impressão, foi apurado que vereadores utilizavam gráficas para a produção de informativos. Porém, repassavam notas com valor muito superior ao do que havia sido produzido. Após as prisões, cinco vereadores – até o momento – renunciaram e se comprometeram com a Promotoria a devolverem as verbas desviadas ilicitamente aos cofres públicos. São eles: Flávia Carvalho (PDT), Roger Dantas (Patriota), Ricardo Santos (PP), Felipe Felps (PSB) e Ismar Prado (PMB).
Os vereadores investigados – e que estão afastados dos cargos na Câmara de Uberlândia– aguardam decisões judiciais com a intenção de retornarem aos cargos. Eles também sempre afirmaram que vão provar inocência nas acusações do Gaeco.