Um grupo de comerciantes da cidade de Felixlândia, na região Central do Estado, criou um grupo no Whatsapp para cobrar da prefeitura a transferência do pagamento do salário do Banco do Brasil para o Sicoob, única instituição financeira com agência no município.

De acordo com Antônio Duque, empresário na cidade e membro do grupo, o Executivo é o maior empregador damunicípio, e o pagamento dos servidores é feito no banco público com sede em Curvelo, distante 50 km da cidade. 

“Assim, as pessoas têm que se deslocar e acabam fazendo suas compras em Curvelo, não movimentado parte da economia de Felixlândia, mas sim da cidade vizinha. É uma questão que hoje prejudica o comércio da nossa cidade, que poderia ger mais emprego, mais receita até mesmo para a prefeitura, além de melhorar a qualidade de vida das pessoas, aumentando o consumo de produtos e serviços e ajudando desenvolvimento de Felixlândia”, disse o comerciante.

Após tomar ciência das reivindicações, o prefeito Nonô Carvalho (PDT) divulgou um vídeo nas redes sociais da prefeitura. O chefe do Executivo afirmou que essa transferência de instituições bancárias é uma vontade do município no momento, mas ressaltou que precisa “passar por todo o trâmite legal” sem, entretanto, especificar quais seriam os procedimentos a serem adotados.

“Nós já tentamos por três oportunidades no ano de 2017 e 2018, mas não houve interesse da instituição. Então, eu quero dizer o seguinte: desde que haja interesse do Sicoob, é possível a gente levar essa folha ou o servidor mesmo fazer a opção da portabilidade. Estou aqui para esclarecer que a prefeitura é parceira das instituições bancárias, é parceira de todos os comerciantes, é parceira de toda população felixlandense”, disse. Atualmente, a folha de pagamento de Felixlândia corresponde a R$ 1.466.855,89 mensais.

No grupo, uma das regras expressas é que não haveria caráter pessoal ou político, apesar de empresários baterem na tese política sobre a não transferência da folha. Uma advogada que está entre os membros afirmou que uma reunião recente demonstrou que não houve falta de interesse do Sicoob em receber a folha de pagamento dos servidores municipais.

“A administração municipal quer vender a folha de pagamento para o Sicoob. Ou seja, quer que o Sicoob pague à prefeitura um valor equivalente a quase R$ 200 mil em troca dos servidores receberem através desse banco. Se os servidores receberem no município e gastarem o dinheiro aqui, consequentemente vai gerar mais impostos. Todo mundo vai ganhar, o comércio vai vender mais, vai contratar mais, vai investir mais”, disse a advogada.

O Aparte procurou a prefeitura sobre os questionamentos, mas a assessoria disse que o posicionamento oficial está no vídeo publicado.