O trabalho do empresário operador do mensalão, Marcos Valério, em uma empresa de beneficiamento alho em Contagem não durou mais que alguns dias. Na tarde dessa quarta-feira (06), a juíza  da Vara de Execuções Penais, Miriam Vaz Chagas, autorizou o encaminhamento de Valério para outra empresa. Atualmente, ele cumpre pena em regime semiaberto com autorização para trabalho externo.

A autorização para a mudança de emprego veio após a defesa alegar que o trabalho desenvolvido pelo apenado é incompatível com o seu quadro de saúde, porque "pode possibilitar o aparecimento de processos infecciosos".

"Marcos não se adaptou a essa empresa. Tanto por questões físicas quando de saúde, por causa do câncer. Lá é um trabalho braçal e ele tem um pulso quebrado e um problema no tornozelo. Tão logo começou a trabalhar, o pulso e a perna incharam bastante. Por sugestão médica sustentada por laudos e exames foi solicitado ao juiz que ele se afastasse do trabalho", afirmou a defesa de Valério, o advogado Dalvo Benfeito.

Preso desde 2016, Valério foi condenado a 37 anos de prisão no julgamento do Mensalão do Partido dos Trabalhadores (PT). Em 4 de setembro, o ministro do Superior Tribunal Federal Luís Roberto Barroso autorizou a progressão do empresário para o regime semiaberto e, no dia 25 do mesmo mês foi permitido realizar trabalhos externos nos dias em que deixar a unidade prisional no regime semiaberto.

Além do pecúlio pela atividade exercida, o trabalho dará o benefício de a cada três dias trabalhados, diminuir em um dia a sua pena. Conforme o seu advogado, entre as atividades desenvolvidas por Valério nessa empresa de beneficiamento de alho, estava a de descascar alho e a de preparar a terra para plantio.

Segundo os autos, a Unidade prisional onde Valério cumpre pena - no Complexo Penitenciário Público Privado em Ribeirão das Neves na Região Metropolitana de Belo Horizonte - tem até 30 dias para realocar o apenado para outra empresa conveniada e que seja compatível com as suas limitações físicas.

Caso o prazo não seja cumprido, Valério poderá exercer a atividade laboral em empresas que foram sugeridas pela própria defesa. "Não podemos informar quais são essas empresas por questão de sigilo e segurança do Marcos", disse Benfeito.