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PSL de BH pode ter que escolher entre candidatura própria ou apoiar Kalil

Nome mais conhecido da sigla na capital, o vereador Léo Burguês já afirmou com todas as letras que segue apoiando Kalil

Por Léo Simonini
Publicado em 14 de outubro de 2019 | 03:00
 
 

O diretório do PSL de Belo Horizonte pode enfrentar, em breve, uma disputa entre o pragmatismo e a ideologia. Os filiados terão que escolher entre apoiar a reeleição do prefeito Alexandre Kalil (PSD) ou lançar candidatura própria.

Nome mais conhecido da sigla na capital mineira, o vereador Léo Burguês (PSL) é líder de Kalil na Câmara Municipal de Belo Horizonte e ferrenho defensor da administração do prefeito. Burguês já afirmou com todas as letras que segue apoiando Kalil caso ele dispute a reeleição. O parlamentar reforça essa disposição apesar de desconhecer a decisão do PSL sobre a disputa ao comando da capital do Estado.

“O diretório ainda não se reuniu, e aguardo o posicionamento dele. Eu apoio o prefeito Alexandre Kalil. A discussão se dará no momento certo e no lugar certo”, resumiu em entrevista ao Café com Política, da rádio Super 91,7 FM, e em uma rápida troca de mensagens pelo WhatsApp.

O problema é que Kalil apoiou declaradamente Ciro Gomes (PDT) na disputa pela Presidência da República em 2018 e já falou inúmeras vezes que não conta com o apoio de Bolsonaro em Belo Horizonte. Além disso, já fez, mais de uma vez, críticas duras à administração do presidente.

Por causa desse cenário, o deputado estadual Bruno Engler, eleito pela sigla, confirmou que colocou o nome à disposição do PSL para concorrer ao cargo na PBH. “Coloquei meu nome à disposição do partido, independentemente de ser o PSL ou outro partido, se o presidente Bolsonaro mudar de sigla. Ele é meu Norte, e eu o acompanho aonde quer que ele vá em termos de política. Mas coloquei meu nome para disputar o cargo na prefeitura. Não sou pré-candidato, não entro nessa onda, mas me coloquei à disposição para disputar o cargo, sim”, garantiu.

Quanto ao posicionamento de Burguês, Engler garante que este não será o movimento da legenda, apesar da indefinição do que ocorrerá adiante. “A gente não sabe como está a questão do PSL. Mas, mantendo-nos no PSL, eu não acredito que o caminho seja apoiar o Kalil, até porque ele não fez questão nenhuma de apoiar o nosso presidente. Pelo contrário, apoiou o Ciro Gomes e tem tido diversas atitudes que atacam frontalmente o público conservador. Então, não existe a menor possibilidade de quem é do grupo do Jair Bolsonaro estar embarcando nessa onda de Kalil”, completou. 

Engler citou a possibilidade de seguir Jair Bolsonaro em outra legenda por causa da “crise conjugal do presidente com as lideranças nacionais do PSL. Bolsonaro chegou a declarar que deixaria o partido, mas recuou. No entanto, no futuro, não está descartada a troca de agremiação. Caso o presidente deixe o PSL, haverá uma debandada de parlamentares seguindo-o.