Convocações

Bolsonaristas se mobilizam por 7 de setembro e relembram greve dos caminhoneiros

Parlamentares e apoiadores compartilham vídeos de manifestações do passado, mas entidades ressaltam que não existe apoio oficial aos atos marcados para feriado

Por Da redação
Publicado em 04 de setembro de 2021 | 14:34
 
 
CIDADES IGARAPE MG: PROTESTO DE CAMINHONEIROS NA BR 381 ALTURA DO KM 513 EM IGARAPE, MG. FOTOS: DENILTON DIAS / O TEMPO / 01.7.2013 Foto: DENILTON DIAS / O TEMPO

Mobilizados para as manifestações pró-governo Bolsonaro no dia 7 de setembro, apoiadores do presidente compartilharam neste sábado (4) vídeos com mensagens convocando para os atos do feriado.

Alguns parlamentares relembraram mobilizações que aconteceram em 2018, quando houve uma greve nacional dos caminhoneiros. 

No entanto, representantes da categoria ouvidos pela reportagem apontam que não existe uma posição oficial das entidades de apoio ou crítica às manifestações e que as associações não participaram oficialmente na organização de caravanas. 

O presidente da Associação Nacional de Transporte do Brasil (ANTB), José Roberto Stringasci, avaliou que parte da categoria apoia bandeiras do governo Bolsonaro e que muitos devem participar dos atos, mas sem uma organização oficial de associações. 

"Não temos hoje caravanas de caminhoneiros autônomos. O que existem são motoristas donos ou celetistas que, com certeza, vão participar de manifestações pelo país afora. O motorista autônomo é brasileiro como todos os outros, eles têm seus times de futebol preferidos diferentes uns dos outros, suas religiões e seitas diferentes uns dos outros, e têm também seus políticos preferidos. Então, aqueles que são a favor das manifestações de 7 de setembro vão participar de alguma maneira. Mas, da categoria como um todo, não temos caravanas conhecidas até o momento em São Paulo", diz Stringasci. 

Por meio de nota divulgada para as federações estaduais, a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomo (CNTA) liberou os caminhoneiros para participar do atos no dia 7 de setembro, mas ressaltou que eles "não carregam em seu escopo nenhuma reivindicação específica relacionada à atividade profissional do caminhoneiro autônomo". 

"Em relação às manifestações anunciadas para acontecer no 7 de setembro, a CNTA compreende que trata-se de um dia de atos pelo país organizados pela população, convocados e divulgados nas redes sociais e em grupos de aplicativos de mensagens e que não carregam em seu escopo nenhuma reivindicação específica relacionada à atividade profissional do caminhoneiro autônomo. No entanto, a entidade não pode se furtar de que o caminhoneiro antes de tudo é um cidadão brasileiro e, consequentemente, um sujeito de direitos e obrigações, detendo toda a condição de participar livremente na construção coletiva de uma sociedade mais justa, igualitária e solidária", diz a nota.  

Parlamentares da base de governo, como as deputadas Bia Kicis (PSL-DF) e Carla Zambelli (PSL-SP) compartilharam vídeos das greves de 2018 ao defender uma mobilização popular em defesa das bandeiras do atual governo.

"Não sei onde nem quando. Só sei que esse vídeo é de arrepiar. A cena sugere um bloqueio de rodovia por caminhoneiros. Chegam o Exército e a Polícia Rodoviária. O resto, vejam por si", escreveu Bia Kicis, no vídeo em que mostra autoridades policiais apoiando os grevistas. 

 

Não sei onde nem quando. Só sei que esse vídeo é de arrepiar. A cena sugere um bloqueio de rodovia por caminhoneiros. Chegam o @exercitooficial e a @PRFBrasil . O resto, vejam por si. pic.twitter.com/VPiuQx6liD

— Bia Kicis (@Biakicis) September 4, 2021

O deputado estadual Coronel Sandro (PSL) afirmou que não teve acesso às informações detalhadas sobre como serão as participações de algumas categorias nos atos de 7 de setembro. Ele também compartilhou o vídeo de Bia Kicis com a mobilização dos caminhoneiros em 2018. 

O deputado estadual Bruno Engler (PRTB) usou suas redes sociais para compartilhar vídeos criticando a decisão do ministro Alexandre de Moraes que autorizou a prisão do blogueiro Wellington Macedo e do caminhoneiro Marco Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão. Engler convocou os caminhoneiros para participarem do ato, apontando que a CNTA liberou seus filiados.