Investigação

CPI da Covid adia leitura e votação do relatório final

Votação do documento estava marcada para quarta-feira (20) e, agora, será no dia 26

Dom, 17/10/21 - 15h04
Mudança de cronograma na CPI da Covid | Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga ações e omissões do governo federal na condução da pandemia da Covid-19 adiou a votação do relatório final, que estava previsto para quarta-feira (20). A leitura do documento, que seria feito pelo relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), no dia anterior (19), também foi desmarcada.

A decisão foi anunciada neste domingo (17). A previsão, agora, é de que o documento seja lido nesta quarta (20) e votado na próxima semana, em 26 de outubro. O prazo ainda pode ser estendido porque a comissão tem autorização para funcionar até 5 de novembro.

A comissão entendeu que leitura e votação em um prazo de 24 horas poderia permitir ações na Justiça para inviabilizar o trabalho da CPI. 

O calendário de depoimentos da fase final também sofreu mudanças. Continua marcada para esta segunda-feira (18) a audiência pública para ouvir um grupo formado por pessoas que tiveram a doença e ficaram com sequelas e que perderam familiares. Também vai testemunhar o presidente da ONG Rio de Paz, Antônio Carlos, que atua com foco nos direitos humanos, combate ao empobrecimento e redução de homicídios.

Mas foi cancelado o depoimento do representante do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Nelson Mussolini, agendado também para segunda. O representante do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Consems), Elton Chaves, que seria interrogado junto a Mussolini, passou para terça-feira.

O interesse neles é focado na investigação que envolve a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do Sistema Único de Saúde (Conitec). Chaves e Mussolini estavam na reunião do órgão de 7 de outubro, quando foi adiada a votação de relatório contrário à indicação do chamado “kit Covid”, com medicamentos sem eficácia comprovada para a doença. Os senadores querem saber o contexto da decisão de adiamento e se houve interferência política na reunião.

Durante reunião da CPI, o vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), acusou o presidente Jair Bolsonaro de ter dado a ordem para tirar o item da pauta. Se o parecer for aprovado, os remédios podem não ter indicação em toda a rede de saúde a contragosto de Bolsonaro, que faz ampla defesa do “kit Covid” desde o início da pandemia do coronavírus em março de 2020.

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