BRASÍLIA - O início da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará os descontos irregulares do INSS ocorrerá em agosto, após o recesso parlamentar, e partidos têm definido os nomes que os representarão como titulares durante os trabalhos. Enquanto as indicações fluem, ainda não há consenso sobre os parlamentares que ocuparão alguns dos cargos mais importantes da comissão — vice-presidente e relator. 

A tendência, desde a instalação da CPI no mês passado, é que a presidência seja ocupada pelo senador Omar Aziz (PSD-AM). A experiência dele como presidente da CPI da Covid contribui para credenciá-lo para o cargo. A isto soma-se o fato de que o senador é mais alinhado ao governo Lula (PT), e a escolha dos nomes que ocuparão as cadeiras-chave da CPI mista costuma contribuir para os rumos dos trabalhos. 

É o que justifica a indefinição em torno do relator. Única certeza nos bastidores é que o cargo será entregue a um parlamentar do Centrão, e PP e União Brasil são os partidos mais cotados para ganhar a colocação, que é sempre a mais cobiçada de qualquer CPI. O relator é quem apresenta um parecer final que será votado pela comissão. No texto, podem ser sugeridos indiciamentos, como o relatório da CPI mista do 8 de Janeiro que pediu o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Três nomes são cotados para o cargo: Evair de Melo (PP-AL), Alfredo Gaspar (União Brasil-AL) e Mendonça Filho (União Brasil-PE). A tendência é que a definição ocorra antes do início do recesso parlamentar, e o nome escolhido deverá ter o apoio dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). 

Mendonça Filho é um nome pouco provável porque o deputado é relator da PEC da Segurança Pública, e a avaliação é que é difícil deixar com ele a responsabilidade de relatar duas pautas tão importantes. Dos três, entretanto, ele é o nome menos à direita. Evair de Melo e Alfredo Gaspar têm histórico de votar com a oposição nesse mandato. A escolha de um deles pode ser ruim para o governo.

Como oposição e principal frente de ataque diante do escândalo do INSS, o PL quer indicar nomes qualificados para ocupar as cadeiras a que tem direito na comissão. No Senado, o partido definiu que Jorge Seif (PL-SC) e Izalci Lucas (PL-DF) irão representar a bancada. A indefinição na Câmara é maior porque são muitos os nomes cotados; os deputados Coronel Chrisóstomo (PL-RO) e Coronel Fernanda (PL-MT) estão entre as principais possibilidades. 

Na Câmara, o bloco composto por PT e PCdoB definiu quem serão os deputados que defenderão o Palácio do Planalto da ofensiva da oposição. Pelo partido do presidente Lula (PT), estão escalados Rogério Correia (MG), o ex-ministro Paulo Pimenta (RS) e Alencar Santana (SP). O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) completa o quarteto.