O ex-chefe de operações da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Jorge Naime, afirmou que a ação da PM-DF era “limitada” pelas Forças Armadas no acampamento bolsonarista no Quartel-General do Exército. Nesta segunda-feira (26), ele prestou depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro.
“A ação da Polícia Militar no acampamento sempre foi limitada pelas Forças Armadas. A gente não tinha esse acesso pra entrar com policiamento, pra efetuar prisão, pra retirar ambulante, pra poder fazer prisões”, disse.
Naime apontou que a Polícia Federal também tentou cumprir mandados de prisão no local e foi “rechaçada” pelos radicais.
“Acabaram saindo cenas na imprensa que pareciam que o próprio Exército estava expulsando a Polícia Federal de dentro do acampamento”, complementou.
O coronel relata que esteve no acampamento “várias vezes, sempre de serviço”. Segundo ele, os policiais militares corriam risco caso entrassem no acampamento e fossem descobertos pelos manifestantes.
“Para a senhora entender como é que era a questão da Polícia Militar dentro do acampamento, até o risco que os meus agentes corriam se eles fossem plotados dentro desse acampamento”.
Jorge Naime, que está há cinco meses no Complexo Penitenciário da Papuda, foi um dos alvos da Operação Lesa Pátria, deflagrada em função dos atos de 8 de janeiro. Naime tirou folga alguns dias antes dos atos criminosos e não estava em serviço na invasão e destruição das sedes dos Três Poderes.
O militar foi convocado para comparecer como testemunha. Assim, ele tem a obrigação de responder a todos os questionamentos feitos pelos deputados e senadores.
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