Enquete na Câmara

Maioria rejeita proposta que permite caça esportiva no Brasil

O relator da proposta na Comissão de Meio Ambiente é o deputado Nelson Barbudo (PSL-MT), que defende a aprovação do projeto

Por Heitor Mazzoco
Publicado em 26 de janeiro de 2022 | 19:10
 
 
Parlamentar diz que as condutas que infrinjam a legislação precisam ser coibidas pelo Poder Público Foto: Câmara dos Deputados / divulgação

Em uma das enquentes mais votadas durante a última semana no site oficial da Câmara dos Deputados, populares rejeitam proposta que tramita na Casa para liberar caça esportiva no País. 

De acordo com os números parciais, 97% (quase 75 mil pessoas) afirmaram ser totalmente contrários ao projeto. Apenas 2% concordam totalmente (o que representa 1,7 mil votos). Por fim, 1% discorda da maior parte do projeto apresentado pelo então deputado federal Nilson Stainsack (PP-SC).

A proposta regulamenta a prática de caça, segundo publicação da Câmara, "envolvendo atos de perseguição, captura e abate". 

Para atuar como caçador esportivo, a proposta define que as pessoas precisam ter mais de 21 anos e registro 

Segundo o texto, para atuar como caçador esportivo, o interessado deve ter mais de 21 anos, ser registrado como Colecionador, Atirador e Caçador (CAC) e possuir licença de caça.

De acordo com o projeto, hoje apenas o javali, espécie invasora e com grande poder reprodutivo, adaptativo e predatório, tem a caça permitida no Brasil.

O relator da proposta na Comissão de Meio Ambiente é o deputado Nelson Barbudo (PSL-MT), que defende a aprovação da proposta. 

"Diversos países regulamentam a caça e colhem benefícios da atividade, tais como Estados Unidos, Austrália, Alemanha, França e Argentina. Cada um apresenta uma lista de requisitos para habilitação de um caçador, mas todos possuem o espírito da caça esportiva como fomentador da conservação das espécies", disse em trecho do parecer. 

No final do ano passado, o relatório de Barbudo foi colocado em pauta para votação na Comissão do Meio Ambiente. Mas o relator desrespeitou a deputada Tabata Amaral (PSB-SP) enquanto discutiam sobre a proposta. Barbudo disse que a deputada deveria "ficar quietinha, pianinha". Posteriormente, ele pediu desculpas. 

Com o tumulto, a presidente da Comissão, deputada Carla Zambelli (PSL-SP), encerrou a sessão. 

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