A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, ironizou uma crítica feita a ela pelo deputado federal Maurício do Vôlei (PL-MG), em audiência na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (21). Ao fazer um questionamento à ministra, o parlamentar disse que era um admirador dela “quando era mais novo e não entendia de política”, mas que depois mudou de posição.
“Eu achava que a senhora realmente defendia o Meio Ambiente, lutava pela nossa fauna e pela nossa flora, até perceber como realmente as coisas funcionam. A gente vê que hoje a senhora é quase uma marionete do governo, a senhora faz o que o governo quer que faça. Não só a senhora, mas todos os ministros”, afirmou.
Em seguida, foi interrompido pelo deputado Marcon (PT-DF), que pediu que ele respeitasse a ministra em função do termo usado para se referir a ela. Maurício voltou atrás e tentou se retratar: Se a senhora se ofendeu com a minha palavra, eu quis dizer que a senhora, não só a senhora, mas todos os ministros, eram manipulados pelo governo. Desculpa”.
Marina Silva, ao responder, ironizou o pedido do deputado: “Então vossa excelência está pedindo desculpas a todos os ministros? Então obrigada, em nome deles eu agradeço”.
Acordo com a União Europeia
Na mesma audiência, Marina criticou a postura dos países europeus nas negociações pelo acordo econômico entre o Mercosul e a União Europeia (UE). Parte dos membros da UE resiste a aceitar os termos, sob a justificativa de que não aceitariam produtos agrícolas cuja origem é suspeita de derivar de desmatamento ilegal.
“Aqueles que não quiserem assinar o acordo comercial do Mercosul com a União Europeia devem arrumar outra desculpa, porque o desmatamento está caindo”, disse. A ministra citou os dados de que entre janeiro e julho desde ano, em que houve redução de 42% no desmatamento da Amazônia em relação ao mesmo período do ano passado.
Na última segunda-feira (20), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou por telefone com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sobre o acordo. O brasileiro quer que os termos sejam finalizados ainda em 2023.