Solidariedade

Dinis Pinheiro é lançado como pré-candidato por partido, mas se diz surpreso

Lançado pelo Solidariedade ao cargo máximo do Estado, o ex-deputado disse que ficou surpreso com esse anúncio e declarou que ainda não definiu qual cargo vai disputar

Por Fransciny Alves
Publicado em 22 de março de 2018 | 20:15
 
 

O Solidariedade realizou um megaevento na tarde desta quinta-feira (22) para filiar o ex-presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) Dinis Pinheiro e lançá-lo como pré-candidato ao comando do Estado nas eleições deste ano. Curiosamente, o ex-deputado disse que ficou surpreso com esse anúncio e declarou que ainda não definiu qual cargo vai disputar. O encontro partidário foi realizado em um hotel em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Nos bastidores do PSDB é ventilado que Dinis pode ocupar uma vaga na chapa do senador Antonio Anastasia, que avisou aos correligionários na última semana que vai concorrer ao Palácio da Liberdade. Ele estaria sendo sondado para ser vice ou disputar ao Senado. Em coletiva de imprensa, o ex-deputado declarou que não descarta nenhuma possibilidade.

“Anastasia é meu amigo, tem uma vida honrada e fez um grande governo. Eu não descarto nada, vamos deixar as coisas acontecerem, o partido vai conversar, esse é um momento de muito diálogo e muita prosa para que a gente possa uniformizar nossos sonhos e ações”, afirmou.

Ele também estendeu elogios ao ex-prefeito de Belo Horizonte e pré-candidato ao governo de Minas pelo PSB, Marcio Lacerda. Os dois também estavam negociando uma chapa no pleito. “Tenho muito apreço por ele. O Marcio foi um excelente prefeito, grande gestor, tem uma vida limpa e descente, não rouba nem deixa roubar, agora essas costuras e conversas acho que quem vai ter protagonismo é o Solidariedade”, disse.

Ao tentar se esquivar sobre o assunto, Dinis não foi muito claro sobre o cargo que vai disputar e chegou a dizer que, se for necessário, pega até em uma enxada: “O que dignifica o ser humano é o trabalho. Se for necessário pegar na enxada eu vou pegar na enxada. Pra quê? Para servir o meu povo e minha terra. Vamos deixar as coisas acontecerem”.

Questionado sobre o fato de o convite da agremiação para o evento informar que ele seria lançado para a corrida pela cadeira ao Palácio da Liberdade, Dinis falou que foi pego de surpresa com esse anúncio. E o Solidariedade investiu, e muito, na organização do evento. Blusas e faixas com o nome do ex-deputado, o aluguel de um amplo auditório, a militância chegando em vários ônibus, uma forte estrutura de fotografia e filmagem, até mesmo com uso de drone, foram alguns dos “detalhes” do encontro.

O presidente do Solidariedade e deputado federal, Paulinho da Força, explicou que a candidatura ao comando do Estado só depende da decisão do ex-deputado, mas que logicamente que não vão colocar “a faca no pescoço dele”. “Dinis é candidato ao que ele quiser, mas se depender da direção nacional e estadual do partido ele será candidato a governador. Foi pra isso que saímos de Brasília, antes do aeroporto fechar, para garantir não só a filiação, mas também que ele seja candidato”, disparou.

Paulinho da Força acrescentou que Dinis Pinheiro poderia ser um terceira via na disputa. “Aqui é possível você criar uma alternativa que não seja a história do Atlético e Cruzeiro. Acabar com essa história aqui. É possível criar uma terceira via e acho que o Dinis é a pessoa que pode unir a oposição ao governo e uma alternativa ao PSDB também”, disse.

Representantes de legendas que fazem oposição ao governador Fernando Pimentel (PT), como PTB, PSDB e PPS, estiveram no ato político.

Costuras

ideranças de outros partidos compareceram nesta quinta-feira (22) ao evento de filiação do ex-deputado Dinis Pinheiro ao Solidariedade. O discurso comum entre eles é de que é preciso que os partidos de oposição ao governador Fernando Pimentel (PT) se unam em torno de um nome para vencer as eleições.
 
“O que pretendemos, os partidos que compõe o campo da oposição, é buscar um entendimento em torno de uma chapa única. O que é o mais importante nisso tudo é criar uma unidade para que possamos vencer a eleição e reconstruir o nosso Estado”, defendeu o ex-governador Alberto Pinto Coelho (PPS) sem citar nomes. Ele também negou que vai disputar algum cargo nas eleições de 2018. 
 
O presidente do PTB de Minas e deputado estadual, Dilzon Melo, afirmou que o quadro não está  definido, mas que tudo levar a crer que por “antiguidade” e “anterioridade”, eles devam apoiar a candidatura do senador Antonio Anastasia (PSDB) ao governo de Minas. “Dentro de oito a dez dias o mesmo grupo composto por sete partidos vai se reunir e decidir em bloco quem vai apoiar”, explicou.