Uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (28) confirmou a exoneração do ministro da Educação, Milton Ribeiro. Mais cedo ele havia pedido demissão ao presidente Jair Bolsonaro, o que foi aceito pelo chefe do Executivo após uma conversa entre os dois.

Relembre outros nove episódios de ministros trocados por Bolsonaro após escândalos.

Milton Ribeiro vinha sendo pressionado a deixar o ministério desde que áudios divulgados pelo jornal "Folha de S.Paulo" mostraram que ele estaria beneficiando pastores na hora de definir a destinação de verbas do ministério. Após a revelação da conversa, surgiram vários relatos de prefeitos que acusavam pastores de cobrarem propinas para liberar recursos da pasta. Milton Ribeiro sempre enfatizou não ter qualquer relação com os pedidos e afirmou ter levado o caso à Controladoria Geral da União (CGU), que investiga o caso.

Mesmo em meio ao escândalo, Jair Bolsonaro resistia em demitir Milton Ribeiro. na semana passada, chegou a dizer que colocaria a cara no fogo pelo ministro. "O Milton, coisa rara de eu falar aqui: eu boto minha cara toda no fogo pelo Milton. Estão fazendo uma covardia contra ele", disse Bolsonaro, durante live na última quinta-feira (24).

A pressão de aliados do centrão e, sobretudo, de parcela da bancada evangélica, que vinha sofrendo bastante com o desgaste do ministro, acabou fazendo com que a situação fosse revista. Houve inclusive o debate sobre uma licença para Milton Ribeiro. Contudo, pesou a avaliação de que isso não eliminaria de vez o desgaste para o governo, sobretudo em razão de o ministro ter um convite para depor no Congresso na quinta-feira. 

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