O presidente Jair Bolsonaro fez um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão, nesta sexta-feira (31), na véspera do ano novo. O chefe do Executivo defendeu que vacinas contra a covid-19 só sejam aplicadas em crianças caso haja prescrição médica.

Na transmissão, que teve duração de seis minutos, Bolsonaro também reiterou a posição do governo federal contrária ao comprovante de vacinação para frequentar locais públicos e privados.

“Não apoiamos o passaporte vacinal, nem qualquer restrição àqueles que não desejam se vacinar. Também, como anunciado pelo ministro da Saúde, defendemos que as vacinas para as crianças entre cinco e onze anos sejam aplicadas somente com o consentimento dos pais e prescrição médica. A liberdade tem que ser respeitada”, disse o presidente.

Nos últimos dias, o governo, através de uma portaria do Ministério da Educação (MEC), vem tentando impedir a cobrança do comprovante vacinal nas instituições públicas de ensino. Nesta sexta (31), o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu o despacho do MEC.

Veja o pronunciamento na íntegra

Já o pedido, pelo Ministério da Saúde, de prescrição médica para a vaicnação de crianças de 5 a 11 anos de idade, tem sido alvo de questionamentos no STF, que ainda não tomou uma decisão a respeito.

Jair Bolsonaro ainda voltou a criticar a política do isolamento social, com a restrição do comércio e da circulação de pessoas, adotada por governadores e prefeitos ao longo da pandemia para mitigar os efeitos do novo coronavírus. Ele classificou as medidas como “quebradeira econômica”.

Segundo Bolsonaro, o impacto na economia do país só não foi maiior devido aos programas do governo “para socorrer pequenas e médias empresas, bem como  para fomentar acordos entre empregadores e trabalhadores para se evitar demissões.”

Ex-ministros

No início do pronunciamento, Bolsonaro lembrou que 2022 será o bicentenário da Independência do Brasil e que em 2019, assumiu um país com "sérios problemas morais, éticos e econômicos". Na visão do presidente, o país completa "três anos sem corrupção."

O presidente ainda fez referência a ministros que já deixaram o governo.

"Ao longo do tempo alguns nos deixaram por livre e espontânea vontade, outros foram substituídos por não se adequarem aos propósitos da maioria que me elegeu", disse.

Alguns dos que fizeram parte do governo Bolsonaro são, hoje, desafetos do presidente. O ex-ministro da Justiça Sergio Moro (Podemos) deve concorrer contra ele na corrida ao Planalto em 2022, enquanto o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), ainda pode compor alguma das chapas que disputarão o Executivo federal.

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