O ministro da Defesa, Paulo Ségio Nogueira, voltou a defender propostas das Forças Armadas relacionadas às eleições como unicamente para defender a segurança e a transparência do sistema eleitoral. De acordo com ele, "não se está duvidando ou achando isso ou aquilo" do processo e não há "outro viés" no debate com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Nogueira é subordinado ao presidente Jair Bolsonaro (PL), que faz reiterdos questionamentos ao sistema eleitoral, aponta dúvidas sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas e pede "eleições limpas". O ministro tem inisistido em reuniões com o TSE para tratar de propostas. A Comissão de Transparência das Eleições (CTE) também tem presença militar pelo general Heber Garcia Portella.
"Sabemos muito bem que esse sistema eletrônico necessita sempre de aperfeiçoamento. Não há programa imune a um ataque, imune a ser invadido. Não há. Estão aí os bancos que gastam milhões de reais com segurança. Eu tive o meu cartão clonado tem 3 semanas, a minha esposa, no ano passado. Isso é fato", disse.
Ele destacou que as propostas das Forças Armadas foram apresentadas à CTE desde setembro "com muita propriedade, com muita tranquilidade, com muita transparência" e com espírito "colaborativo" com a Justiça Eleitoral.
"Não se está duvidando ou achando isso ou aquilo outro. Simplesmente [estamos com] com espírito colaborativo. Esse é o espírito da equipe das Forças Armadas para ajudar o Tribunal Superior Eleitoral. Isso eu disse em reuniões presenciais com o presidente [do TSE] e o vice-presidente, ministros [Edson] Fachin e Alexandre de Moraes, desde o início", frisou.
"Fizemos várias propostas, algumas aceitas, outras parcialmente, outras não, outras só para pleitos futuros. Estamos conversando para ver o que pode ser implementado ainda, tudo isso para a gente ter mais transparência, segurança e melhores condições de auditabilidade. Só isso, não tem outro viés", completou o ministro.
Nogueira afirmou ainda que o TSE colocou as Forças Armadas com função fiscalizadora nas eleições e que há uma equipe técnica representando os militares debatendo de que forma essa fiscalização pode ser feita. As declarações foram feitas durante participação dele em audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (6).
O TSE acatou dez sugestões feitas por militares para as eleições deste ano, sendo oito de Portella, que representa as Forças Armadas na CTE, e duas do ministro da Defesa. Veja quais são todas elas clicando aqui.
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