BRASÍLIA - O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou, nesta terça-feira (19/8), que não tem “intenção nenhuma de ir para a Disney”, ao comentar sobre sanções impostas a seus familiares pelo governo dos Estados Unidos.
Na sexta-feira (15/8), a família recebeu um comunicado do Consulado-Geral dos Estados Unidos em São Paulo cancelando os vistos norte-americanos da filha e da mulher do ministro. Padilha não foi atingido porque o visto dele perdeu a validade no ano passado.
"Tem gente que acha que o mundo se divide em quem foi à Disney, e quem quer ir para Disney, ou quem não foi para Disney. Eu não tenho intenção nenhuma de ir para Disney", ironizou, após ser questionado por jornalistas.
Padilha voltou a classificar os atos do governo dos Estados Unidos como “covardia” e destacou que as decisões do presidente Donald Trump não vão abalar a defesa do Programa Mais Médicos.
"Já superamos essa ação, esse ato de covardia. Vamos tocando a vida”, disse o ministro.
“Eu sempre falei que isso não ia abalar em nada a nossa defesa do programa Mais Médicos e a ação do Ministério da Saúde em defender a saúde. Vamos continuar trabalhando pelo programa Mais Médicos”, destacou.
'Mais Médicos' na mira do governo dos EUA
De acordo com nota divulgada pelo secretário de Defesa dos EUA, Marco Rubio, a retaliação é em razão da “cumplicidade com o esquema de exportação de mão de obra do regime cubano, no âmbito do programa Mais Médicos”.
Além do cancelamento dos vistos de familiares do ministro da Saúde, o Departamento de Estado dos Estados Unidos revogou os vistos de funcionários do governo brasileiro ligados à implementação do programa Mais Médicos, criado quando Padilha era ministro da Saúde da então presidente Dilma Rousseff (PT), em 2013.
O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, determinou o cancelamento dos vistos dos brasileiros ligados ao programa; entre eles Mozart Julio Tabosa Sales, hoje secretário do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, que atuou como assessor de Relações Internacionais da pasta.
Apesar das sanções, Padilha afirmou que avalia ir para a conferência da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) e à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), agendadas para setembro, em Nova York.
“Eu não tenho decisão ainda se vou poder participar ou não, mas caso venha a participar, certamente que um acordo sério tem que permitir uma autoridade convidada por esses sistemas da ONU e da OPAS. Nenhum país do mundo pode impedir o acesso de uma autoridade a participar de um evento como esse”, disse.
“A gente tem dificuldade de sair de Brasília por conta das votações no Congresso Nacional do atendimento e da implementação do [programa] Agora tem Especialistas. Não tenho a decisão ainda se vou poder participar ou não”, explicou, em café da manhã com jornalistas.