O deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) descumpriu uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e participou de uma festa em um clube no Rio de Janeiro. Na ocasião, a festividade terminou em confusão, com dois oficiais da Polícia Militar que diziam estar com Silveira agredindo o proprietário do local. As informações, o vídeo da confusão e as imagens da câmera de segurança que mostram saída de Daniel Silveira foram exibidas pela "TV Globo". O episódio aconteceu no último sábado (9), mas só foi revelado nesta sexta-feira (15).
De acordo com decisão do ministro Alexandre de Moraes, Silveira, que é réu por ameaças a ministros da Corte, não poderia deixar a cidade de Petrópolis, onde mora, a não ser para ir a Brasília, onde exerce o cargo de deputado federal. Além disso, ele não poderia participar de nenhum evento público. Apesar disso, imagens mostram o parlamentar no local com uma camisa cinza e uma calça jeans.
Daniel Silveira está usando tornozeleira eletrônica, que foi instalada após resistência do parlamentar. Ele chegou a dormir no plenário da Câmara no mês passado para impedir que o equipamento fosse instalado. A colocação do item de segurança, solicitada pela Procuradoria Geral da República (PGR) após o descumprimento de outras medidas restrititvas. só foi feita após o STF impor multa diária em caso de descumprimento. O julgamento do parlamentar no plenário do STF está marcado para a próxima quarta-feira (20). Se for condenado, ele não poderá concorrer nas eleições de 2022, quando busca tentar uma vaga ao Senado pelo PTB de Roberto Jefferson.
Confusão da festa
A Polícia Civil do Rio de Janeiro abriu um inquérito para investigar as agressões por parte de dois policiais militares que estavam na festa ao dono do clube onde ocorreu o evento, na Barra da Tijuca. O vídeo mostra um homem empurrando o proprietário no chão e, depois, ele sendo atingido por socos e chutes quando já estava caído. A vítima está com o olho ainda machucado, quase uma semana depois.
Segundo o homem agredido, a confusão teria começado após os policiais insistirem em colocar música em um dos dois eventos que aconteciam no local. Apenas a outra festa que ocorria no clube tinha autorização para usar equipamento de som. Após vários pedidos para que os PMs desligassem o som, o dono do estabelecimento desligou o disjuntor de energia para impedir que eles continuassem descumprindo a determinação. Foi quando, segundo ele, começaram as agressões mostradas nas imagens.
Ele ainda diz que os dois oficiais, um lotado no 15º Batalhão de Polícia Militar, e outro no grupamento aeromóvel, quiseram mostrar autoridade, destacando que eles levaram o deputado Daniel Silveira ao local. O parlamentar não aparece no vídeo em que ocorreram as agressões.
Os dois policiais militares foram identificados e vão prestar depoimento nesta segunda-feira (18). À "TV Globo", a defesa de Daniel Silveira afirmou que não conseguiu contato para que ele dê sua versão.
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