Ao discursar na abertura da sessão que marca o Dia Internacional da Mulher, a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), destacou, nesta quinta-feira (7), que as mulheres foram “silenciadas”. “Dizem que fomos silenciosas historicamente. Mentira. Fomos silenciadas, mas sempre continuamos falando, embora muitas vezes não sendo ouvidas”, disse. 

De acordo com o STF, o presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, incluiu na pauta desta quinta duas ações que tratam do direito das mulheres à dignidade sexual e reprodutiva. As ações questionam, dentre outros pontos, medidas de desqualificação de vítimas de violência sexual na fase de investigação ou do julgamento do acusado.

Ainda ao discursar, a ministra refletiu sobre a condição das mulheres. “A Justiça é representada por uma mulher. A República moderna da França é uma mulher. A própria ideia de Justiça, democracia com a balança, é feminina. No entanto, nós continuamos em desvalor profissional, social e econômico”, ressaltou. 

Desde a aposentadoria de Rosa Weber, Cármen Lúcia é a única ministra do STF dentre os 11 que compõem a Corte. O presidente Lula foi pressionado para indicar uma mulher para a vaga de Rosa Weber, mas escolheu Flávio Dino, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública para o posto. 

‘Incomoda muito’, diz Janja sobre falta de mulheres no STF

A primeira-dama Janja da Silva afirmou, na segunda-feira (4), que se sente incomodada com o fato de o STF ser cada vez mais dominado por homens. 

“Toda vez que eu chego em algum evento lá no Supremo, eu vou direto para ela. Porque eu sempre entro naquela sala e é uma sala muito masculina e aquilo me incomoda muito, aí eu sempre busco a ministra Cármen lá. É um espaço muito difícil, mas eu espero que logo aquele espaço também seja de mais mulheres", disse.