'Irresponsáveis'

Moraes critica ‘mercantilistas estrangeiros que tratam Brasil como colônia’

Ministro do STF declarou que Justiça Eleitoral vai continuar lutando contra 'uso das redes sociais que só visam o lucro'

Por Hédio Júnior
Publicado em 19 de abril de 2024 | 18:15
 
 
O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes (à frente), participou nesta sexta-feira (19) do lançamento da pedra fundamental do Museu da Democracia, no Rio de Janeiro Foto: Luiz Roberto/Secom/TSE

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, declarou nesta sexta-feira (19) que a Justiça Eleitoral brasileira “está acostumada a combater mercantilistas estrangeiros que tratam o Brasil como uma colônia”. A afirmação foi feita pelo magistrado durante o lançamento da pedra fundamental do Museu da Democracia, no Rio de Janeiro.

Em discurso, no qual não citou nomes, o magistrado ainda criticou a união de "irresponsáveis mercantilistas, ligados às redes sociais, com políticos brasileiros extremistas". Esta semana, veio à tona um relatório produzido por deputados dos Estados Unidos que revelam ofícios até então sigilosos de Moraes determinando a suspensão de perfis com críticas à Justiça Eleitoral e a magistrados.

"Reiteradas vezes querem ameaçar a democracia brasileira. Essa antiquíssima mentalidade mercantilista, que une o abuso do poder econômico, que só visa ao lucro, com o autoritarismo extremista de novos políticos, volta a atacar a soberania do Brasil, volta a atacar a Justiça Eleitoral, com a união de irresponsáveis mercantilistas, ligados às redes sociais, com políticos brasileiros extremistas", declarou o ministro. 

“A Justiça Eleitoral não se abala, continuará defendendo a vontade do eleitor, contra a manipulação do poder econômico das redes sociais, algumas delas que só pretendem o lucro", completou. As falas também ocorrem em meio às trocas de acusações entre o magistrado e o bilionário Elon Musk, dono do X. A discussão tem como ponto central os limites da liberdade de expressão nas redes sociais no Brasil.

A solenidade de criação do Museu da Democracia no Rio de Janeiro contou com a presença de diferentes autoridades, nesta sexta-feira. Entre eles o corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luis Felipe Salomão; o governador do Rio, Cláudio Castro (PL); e o prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes (PSD). 

O museu vai funcionar a partir de 2026 no prédio do Centro Cultural da Justiça Eleitoral (CCJE), no Centro. O entorno do local foi palco de manifestações populares, como o movimento das “Diretas já” durante a ditadura militar. Além disso, o prédio foi sede do TSE entre 1946 e 1960. A iniciativa é uma parceria do TSE com a Prefeitura do Rio.