O ministro da Cidadania, Osmar Terra, nomeou um cinegrafista da Câmara Municipal de Juiz de Fora para chefiar a Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Minas Gerais. O novo superintendente indicado pelo governo de Jair Bolsonaro, Jeyson Dias Cabral da Silva, também já foi assessor do ex-vereador e hoje deputado federal Charlles Evangelista (PSL).
Os atos foram publicados no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (25). A troca desagradou prefeitos de cidades históricas, padres e pessoas ligadas à cultura. Por isso, eles já enviaram ofícios para o ministro Osmar Terra pedindo a saída de Silva do cargo.
O cinegrafista vai substituir Célia Maria Corsino, que estava desde 2015 no posto. Ela é museóloga, especializada em administração de projetos culturais. Segundo o portal da Transparência da Câmara de Juiz de Fora, Silva hoje exerce o cargo de assessor de suporte de imagem na Casa. Antes, ele desempenhou a função de assessor de apoio legislativo.
O rumor da mudança de chefia no Iphan já estava rondando o meio há alguns dias e, antes mesmo da exoneração se confirmar, prefeitos de cidades históricas, como Ouro Preto, Diamantina e Congonhas, já se mobilizavam enviando ofícios para o ministério pedindo a permanência de Célia.
Membros de arquidioceses mineiras a classificam como uma pessoa técnica, que entende profundamente o meio e que ia diretamente nos locais para entender os problemas. Por isso, se dizem “tristes” com a mudança feita, segundo eles, sem nenhum diálogo. Eles dizem não conhecer o novo chefe.
A coluna conversou com alguns prefeitos que contaram que outras mobilizações devem ser realizadas e que o momento é de organização. Alguns deles nem mesmo sabiam da troca, mas já disseram que por conhecerem e confiarem na ex-superintendente iriam acionar o ministro Osmar Terra. Esse é o caso do chefe do Executivo de Tiradentes, na região Central do Estado.
“Não sabia da mudança, não enviei nenhum ofício, mas se for preciso eu envio quando ofícios forem necessários para ela permanecer porque é uma pessoa sensata, conhece o patrimônio histórico, ama as cidades históricas”, disse Zé Antônio (PSDB).
Minas Gerais é o Estado que mais concentra bens declarados Patrimônio da Humanidade pela Unesco: Ouro Preto, o Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, o centro histórico de Diamantina; e o Conjunto Moderno da Pampulha.
Respostas
Tanto o deputado Charlles Evangelista quanto o indicado Jeyson Dias se defenderam sobre a mudança. Leia aqui.
Um pedido de posicionamento da assessoria de imprensa do Ministério da Cidadania sobre a mudança de chefia do Iphan Minas também foi feito.