VALE DO RIO DOCE

Ministério Público denuncia prefeito de MG por fraude em concurso municipal

O Ministério Público acusa o prefeito de Piedade de Caratinga e outras sete pessoas de terem vendido o gabarito da prova do concurso para cargos na prefeitura

Por Mariana Cavalcanti
Publicado em 01 de abril de 2024 | 13:02
 
 
Concurso público foi anulado após denúncias de fraude Foto: EBC/Divulgação

O prefeito de Piedade do Caratinga, cidade do Vale do Rio Doce, foi denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) suspeito de beneficiar uma empresa em processo licitatório e vender o gabarito de um concurso público para cargos da prefeitura. Outras sete pessoas, entre elas o ex-procurador jurídico do município, também foram denunciadas.

A denúncia apresentada pela Procuradoria de Justiça Especializada em Ações de Competência Originária Criminal (PCO) acusa o prefeito Adolfo Bento Neto de corrupção passiva, fraude em concurso público, dispensa ilegal de licitação e recebimento de vantagem indevida.

Segundo a investigação do MP, houve fraude em um processo licitatório que visava a contratação de uma empresa para a realizar um concurso público para a prefeitura. A denúncia afirma que o valor contratado, de R$ 127 mil, era superior ao preço que deveria ser pago pelo serviço, resultando em prejuízo aos cofres públicos. 

Venda de gabarito

A Procuradoria de Justiça acusa, ainda, o prefeito e outras sete pessoas de terem recebido vantagens indevidas para garantir a aprovação nas provas do concurso público realizado. A denúncia afirma que o prefeito teria recebido R$ 1.500 para que uma pessoa fosse aprovada no concurso, e que o ex-procurador jurídico do município teria solicitado até R$ 20 mil para fornecer o conteúdo sigiloso a candidatos.

O Ministério Público destaca, ainda, que três pessoas teriam pago R$ 10 mil pelo gabarito das provas e acertado 49 questões de 50, errando apenas a questão de número 15. Dois deles firmaram acordo com o MP e confessaram o crime, conforme o órgão. O concurso foi anulado após as acusações.

A reportagem do O TEMPO entrou em contato com a prefeitura de Piedade de Caratinga e com representantes do prefeito, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.