Eleições 2022

‘Não quero ser candidato do PT, mas de um movimento’, afirma Lula

Em discurso em Belo Horizonte, nesta segunda-feira (9), o ex-presidente defende a necessidade de uma frente ampla para enfrentar o presidente Jair Bolsonaro (PL)

Por Gabriel Ferreira Borges
Publicado em 09 de maio de 2022 | 21:14
 
 
Lula lança campanha de pré-candidatura à presidência em BH, no Expominas Foto: Flavio Tavares/O Tempo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ressaltou, nesta segunda-feira (9), em diferentes oportunidades durante o ato de lançamento da pré-candidatura à presidência, em Belo Horizonte, a necessidade de encabeçar uma frente ampla contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). Ainda que sem o vice-candidato Geraldo Alckmin (PSB) ao lado, o tom foi dado logo em uma das primeiras falas de Lula, quando, assim como no último sábado, parafraseou Paulo Freire ao lembrar que “é preciso unir os divergentes, para melhor enfrentar os antagônicos”.

De acordo com Lula, Bolsonaro não é um adversário qualquer. “Estamos enfrentando um adversário que representa a antidemocracia, o antiamor, a antipaz, a antieducação, o antidesenvolvimento. Estamos enfrentando alguém que representa a ignorância, a violência e o fascismo. Temos de jogar isso fora. O Brasil nasceu para a democracia, para o desenvolvimento. Tenho consciência de duas coisas: se a gente trabalhar direitinho, podemos ganhar, não é uma eleição fácil. (...) Precisamos ficar na rua para conversar com as pessoas”, apontou o ex-presidente.

Ao justificar a necessidade da ação, Lula argumentou que Bolsonaro “mente sete vez por dia”. “É o rei da mentira. Conta todo dia mentira contra o povo brasileiro”, afirmou. “Não podemos esperar a TV. Não podemos esperar que o candidato ganhe as eleições. Antes de ir à Polícia Federal, eu disse: ‘Se um dia eu não puder pensar, pensarei com a cabeça de vocês; se não puder andar, andarei nas pernas de vocês; se minha garganta não puder falar, falarei por vocês. Ganharemos essas eleições pela atitude de vocês”, disse Lula.

O ex-presidente, então, concluiu que não é um um partido ou um candidato que ganhará as eleições. “Disse à Gleisi (Hoffmann): ‘Não quero ser candidato do PT. Quero ser candidato de um movimento, das pessoas que amam, das pessoas que gostam de paz, que gostam de amor, que têm sensibilidade, das pessoas que choraram com os parentes que morreram na pandemia, dos milhões e milhões que têm problemas de segurança alimentar, dos milhões que voltam sem emprego, dos milhões que trabalham nos aplicativos e não têm descanso remunerado”, indicou o pré-candidato.