Panos quentes

Paulo Guedes não vai deixar o governo, afirma ministro Onyx Lorenzoni

Após ministro da Economia ser desautorizado publicamente pelo presidente Bolsonaro, em agenda em Minas, lideranças do governo garantem que os dois estão resolvendo divergências com diálogo

Por Marcelo da Fonseca
Publicado em 27 de agosto de 2020 | 17:35
 
 
Onyx Lorenzoni Foto: Marcos Corrêa/PR

O ministro da Cidadania Onyx Lorenzoni (DEM) afirmou na manhã desta quinta-feira (27), em entrevista ao Café com Política, da rádio Super 91.7FM, que o ministro da Economia Paulo Guedes não deixará o governo.

Segundo Onyx, as diferenças da equipe econômica com o presidente Jair Bolsonaro sobre ajustes no programa Renda Brasil serão acertadas até a próxima semana, quando o programa deve ser apresentado.

Ele afirmou que Guedes não deixará o governo "de jeito nenhum" e que toda equipe que trabalhou pela eleição do presidente Bolsonaro sabe da importância que o ministro tem para a economia.

"Paulo Guedes é uma das pessoas que iniciaram essa caminhada, junto com várias outros, lá no início. Tem participação importantíssima na aliança conservadora liberal. Tem uma bagagem e uma visão macroeconômica que ajudou muito o Brasil, colocando a casa em ordem no ano passado", afirmou Onyx.

Ele citou a aprovação da reforma da Previdência e a redução do rombo fiscal como "vitórias" do atual governo e sua equipe econômica. 

Nesta semana, após o presidente ter desautorizado publicamente Gueds ao suspender e criticar uma versão do programa Renda Brasil elaborada pela pasta da Economia, aumentaram as especulações sobre uma suposta "fritura" do ministro. Em agenda em Ipatinga, no Vale do Aço, Bolsonaro afirmou que não vai "tirar dos pobres para dar aos paupérrimos" e disse que será preciso reformular o programa. 

"Quase pronto"

Segundo Onyx, o programa está pronto para ser lançado e já foi muito estado pelo governo, faltando detalhes e cálculos sobre a inclusão ou não do auxílio emergencial (pago durante a pandemia do coronavírus).

"O Renda Brasil está pronto. O que discutimos hoje no governo, e o presidente avalia, é se vamos fazer a manutenção do auxílio emergencial até o final do ano ou se trazemos o Renda Brasil para participar desse processo. O Brasil sabe que temos dificuldades do ponto de vista fiscal e limitações como o teto de gastos.Tem uma equação difícil para a gente fazer esse ajuste. A decisão deve ocorrer até o início da próxima semana", explicou. 

“Não tem moral”

Onyx partiu para o ataque contra a Organização Mundial de Saúde (OMS) e seu diretor-geral, Tedros Adhanom. Questionado sobre críticas feitas ao presidenteBolsonaro no combate ao coronavírus, Lorenzoni afirmou que a OMS "não tem autoridade moral para falar".

"Ela (OMS), comandada por um militante socialista da Etiópia, acobertou a fase inicial do coronavírus chinês porque lá é uma república socialista, que é o que ele acredita. Então, ele (Adhanom) já foi completamente errático", criticou o ministro, complementando que Bolsonaro encheu os cofres de Estados e municípios para combater o vírus.