lava jato

Polícia Federal prende Eduardo Cunha

Sergio Moro havia ordenado a prisão do parlamentar desde essa terça-feira (18); ex-deputado teve R$ 220 mi bloqueados e será levado para Curitiba ainda nesta quarta (19)

Por Agência Estado
Publicado em 19 de outubro de 2016 | 13:39
 
 
Eduardo Cunha embarca para Curitiba no meio da tarde desta quarta-feira (19) AFP

O presidente cassado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi preso nesta quarta-feira (19) em Brasília. O ex-deputado foi capturado preventivamente perto do prédio dele na capital por ordem do juiz federal Sérgio Moro.

A prisão foi decretada no âmbito da operação Lava Jato, informou a Polícia Federal. Cunha ainda teve R$ 220 milhões bloqueados pela Justiça. 

Nessa terça (18), o juiz Moro chegou a autorizar a entrada da Polícia Federal na residência de Eduardo Cunha, na Barra da Tijuca, zona Oeste do Rio de Janeiro. 

A investigação contra Eduardo Cunha sobre contas na Suíça abastecidas por propinas na Petrobras estava sob responsabilidade do Supremo Tribunal Federal (STF). Cassado pela Câmara, o peemedebista perdeu o foro privilegiado perante a Corte máxima.

Curitiba

Eduardo Cunha será levado para Curitiba, base da Lava Jato, até o final da tarde. Por volta das 13h40, Cunha foi levado para o hangar da Polícia Federal, em Brasília, para embarque a capital paranaense. Segundo a PF, a previsão de chegada do ex-deputado a Curitiba é entre 17h e 18h.

Os autos foram deslocados, então, para a 13ª Vara de Curitiba, base da Lava Jato. 

Faça um tour pela cela em que Eduardo Cunha está preso

Denúncias

A primeira denúncia contra Cunha veio em agosto de 2015, e acusa o parlamentar de corrupção e lavagem de dinheiro por ter recebido ao menos US$ 5 milhões em propinas referentes a dois contratos de construção de navios-sonda da Petrobras.

Por unanimidade, o Supremo aceitou a acusação em março deste ano e tornou Cunha o primeiro político réu na Lava Jato. Nesta denúncia ele responde por corrupção e lavagem de dinheiro.

No mesmo mês, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou a segunda denúncia contra o peemedebista, desta vez por manter contas não declaradas no exterior utilizadas para receber propina, também no esquema de corrupção na Petrobras. A denúncia teve origem na investigação da Suíça que, graças a um acordo de cooperação internacional, foi encaminhada ao Brasil para que o político pudesse ser processado no País.

Mais uma vez por unanimidade, o Supremo aceitou a acusação contra o parlamentar, que passou a responder novamente por corrupção, lavagem e, pela primeira vez, por evasão de divisas.

FOTO: Reprodução
Despacho de Sérgio Moro autorizando a prisão de Eduardo Cunha

Em 10 de junho deste ano, Janot apresentou a terceira denúncia contra o peemedebista, desta vez por suspeita de desviar dinheiro do Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS) nas aplicações que o fundo fazia em obras. A acusação tem como base a delação premiada do ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto e descreve em detalhes o suposto esquema ilegal instalado no banco público.

Conforme o procurador-geral, Cunha solicitava propina de grandes empresas para que Cleto viabilizasse a liberação de recursos do FGTS. O caso está sob sigilo na Corte e aguarda uma decisão do plenário do Supremo Tribunal Federal que não decidiu ainda se aceita a denúncia.

 

A linha do tempo de Eduardo Cunha

Veja algumas de suas frases mais polêmicas

Atualizada às 15h50