Após ser reeleito em 1° turno com 56% dos votos válidos, o governador Romeu Zema (Novo) agradeceu a confiança dos eleitores mineiros, ao fazer o primeiro pronunciamento público neste domingo (2). Entretanto, Zema, ao lado do vice-governador eleito Mateus Simões (Novo) se esquivou de sinalizar eventual apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) no 2° turno da corrida para o Palácio do Planalto. 

Reeleito com 56% dos válidos, ou seja, pouco mais de 6 milhões de votos, Zema fez um apelo para que os mineiros mantenham a confiança, já que, no segundo mandato, não terá, segundo ele, "sabotagem" na ALMG. "Vamos ter um segundo governo melhor do que o primeiro. Conseguimos eleger 40 deputados na nossa base ou mais. As propostas serão analisadas com mais critério", afirmou o governador, que, durante o pronunciamento, foi interrompido pelos eleitores com os gritos de "Zema presidente", projetando uma eventual candidatura à presidência em 2026. 

Ao responder, Zema agradeceu aos cabos eleitorais. "Se nós tivermos esse segundo governo muito bom, quem sabe?", brincou, sendo acompanhado pelo coro "Brasil, pra frente com Zema presidente". O comitê central da campanha, localizado na Avenida Afonso Pena, no Centro de Belo Horizonte, reuniu dezenas de apoiadores, que acompanharam a apuração do local.

Entre eles, o ex-secretário de Estado de Governo Igor Eto, que coordenou a campanha de Zema à reeleição, o secretário de Governo, Juliano Fisicaro Borges, o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, e a secretária de Estado de Desenvolvimento Social, Elizabeth Jucá, e o candidato à vice-presidência Tiago Mitraud (Novo). 

Quem não esteve presente foi o deputado federal e candidato ao Senado Marcelo Aro (PP). Líder do governo Zema no Congresso Nacional, Aro foi derrotado na corrida para a única cadeira do Senado. Com apenas 19% dos votos válidos, ele foi o terceiro na colocado, atrás do deputado estadual Cleitinho Azevedo (PSC), eleito com 41,57%, e do senador Alexandre Silveira (PSD), com 35,75% de votos válodos. 

De acordo com Zema, a vitória foi feito de um trabalho conjunto e de um trabalho em equipe. "Vamos ter um segundo governo melhor do que o primeiro por vários motivos. Vamos estar com a casa arrumada, diferentemente de quatro anos atrás, quando nós tínhamos 21 secretarias. Tivemos de reduzir as secretarias. Estamos ainda com a dívida de certa maneira sob controle, com a folha de pagamento em dia e com vários projetos estruturantes em andamento. Agora, como disse o Mateus (Simões), não é mais coincidência, é competência e trabalho. Que venha 23, 24, 25 e 26", avaliou. 

Em exclusiva a O TEMPO, Simões reafirmou o que o próprio Zema disse durante a campanha à reeleição. De acordo com o vice-governador eleito, a chapa eleita não irá caminhar ao lado do PT. "A gente ainda não decidiu sobre o apoio presidencial, o Partido Novo ainda vai deliberar, mas ao lado do PT nós não vamos caminhar. Foi o PT que colocou Minas Gerais na situação em que se encontrava há quatro anos atrás", considerou o ex-secretário-geral de Estado. 

A exemplo de Zema, Simões ainda projetou que o governador terá uma vida mais fácil ao se relacionar com a ALMG nos próximos quatro anos. "A reeleição é um reconhecimento ao trabalho mais do que à mentira. O governador fez campanha nos últimos meses mostrando o próprio trabalho. Do outro lado, foram mentiras em cima de mentiras e desconstrução da vontade do mineiro em fazer parte do atual projeto", criticou, em referência velada ao ex-prefeito de Belo Horizonte e adversário Alexandre Kalil (PSD).

Em Minas, Bolsonaro somou 43% dos votos válidos. Embora tenha tido o senador Carlos Viana (PL) como palanque, o objetivo do presidente da República era repetir a dobradinha que fez com Zema há quatro anos. Apesar de diversas investidas de Bolsonaro, o governador rechaçou uma nova aliança, o que atribuiu à fidelidade partidária. Até ser reeleito, Zema reafirmou que apoiava a candidatura de Felipe D'Avila (Novo), que, no estado, teve apenas 0,82% dos votos válidos. Quem liderou a contenda em Minas foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 48,24%. 

Desde o início oficial da campanha, em 16 de agosto, Zema visitou 34 cidades diferentes, desde o Sul de Minas até os Vales do Jequitinhonha e do Mucuri, encerrando no Alto Paranaíba, onde tem domicílio eleitoral em Araguari. Ao seu lado, o governador, que regularizou repasses constitucionais de ICMS, IPVA, Fundeb, Saúde e do Piso Mineiro de Assistência Social, teve a maioria dos prefeitos mineiros, inclusive dissidentes do PSD, do PL e do PSDB.