Esta terça-feira (14) marca um ano de um fato considerado um divisor de águas na história recente do América: no dia 14 de junho de 2021, o técnico Lisca pedia demissão após uma série de resultados ruins. A partir dali, com base no que o próprio time vinha apresentando e no trabalho do então treinador, foi dada a largada para o clube centenário conquistar feitos históricos.

Início cativante

Lisca "Doido", como é carinhosamente chamado, foi contratado pelo Coelho em janeiro de 2020 com o objetivo de realizar uma boa campanha no Estadual e fazer a equipe voltar à Série A do Campeonato Brasileiro. Mas o trabalho saiu melhor do que a encomenda.

No Campeonato Mineiro, o América terminou a fase classificatória na 2ª colocação, à frente dos rivais Atlético e Cruzeiro e atrás somente do Tombense. Foi eliminado pelo Galo na semifinal.

No Brasileirão Série B, uma campanha de encher os olhos do torcedor alviverde. Além de garantir uma vaga na elite nacional no ano seguinte, o time de Lisca quase foi campeão, terminando a competição com os mesmos 73 pontos da líder Chapecoense.

Na Copa do Brasil, mais orgulho. O clube chegou às semifinais do torneio, onde derrotou nada menos que Corinthians e Internacional. Foi eliminado pelo Palmeiras, que sagrou-se campeão.

A esta altura, Lisca era literalmente carregado pelos torcedores e fazia o time mineiro, assim como o próprio técnico, cair nas graças do torcedor brasileiro. Mas, posteriormente, a história mudou, primeiro para pior, depois para melhor.

2021

O América até que foi bem no Mineiro, terminando em 2º na tabela, à frente do Cruzeiro, de quem ganhou na semifinal e chegou à final contra o Atlético, quando perdeu o título. A decepção veio com a Copa do Brasil e o Brasileiro.

Nos pontos corridos, após ser superado na decisão estadual por conta de dois empates sem gols, o Coelho iniciou com três derrotas seguidas: para Athletico, Corinthians e Flamengo. Mas a gota d'água veio no mata-mata.

Na terceira fase, o América foi eliminado pelo modesto Criciúma nos pênaltis, após dois empates, incluindo um 0 a 0 no Independência. Após os resultados ruins Lisca pediu para sair – chorando, ele agradeceu ao clube.

"O momento é difícil para mim. A gente tem conversado e nossa relação sempre foi correta e transparente. Primeiramente, quero agradecer ao presidente Marcus Salum pela oportunidade que ele me deu há um ano e quatro meses, quando pouca gente estava acreditando. Você (presidente) acreditou e a gente realmente fez um grande trabalho aqui, peço desculpas porque é difícil, né? Você sair de um clube como América, o ambiente que a gente tem, o respeito que todos têm com meu trabalho e com minha pessoa", falou.

Lisca comandou o elenco em 82 jogos, dos quais venceu 40, empatou 27 e perdeu 15, tendo aproveitamento de aproximadamente 59,7%.

Mudança

Depois de Lisca, o América foi comandado em algumas partidas pelo auxiliar e depois anunciou Vagner Mancini, que mudou a equipe. O treinador foi o grande responsável por recuperar o time e dar início a uma arrancada na Série A.

Quando o torneio se encaminhava para o final, saiu para ir ao Grêmio, na tentativa de salvar o time do rebaixamento, o que não aconteceu. Depois, veio Marquinhos Santos, que conseguiu dar sequência ao bom trabalho e deixou o clube terminar o Brasileirão em uma histórica 8ª posição e se classificar à Copa Libertadores pela primeira vez.