Finanças

Galo explica operação feita para finalizar Arena MRV; entenda

O clube precisa antecipar receitas para concluir a obra da arena, que será inaugurada em março de 2023

Por Giovanna Pires
Publicado em 18 de maio de 2022 | 17:47
 
 
Arena MRV/Divulgação

O Atlético enviou nesta quarta-feira (18) um documento aos conselheiros do clube explicando o "empréstimo" de R$200 milhões feito para custear o fim da obra de construção da Arena MRV, estádio do Galo no bairro Califórnia, em Belo Horizonte. O CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) foi o meio encontrado pelo clube para conseguir completar a obra.

Leia mais: Venda do Diamond: Galo convoca votação do conselho para o fim de maio

No texto, o Atlético explica que a operação foi necessária principalmente porque a venda de cadeiras cativas, um dos principais recursos do clube para a construção da arena, será paga em 72 vezes pelo torcedor. Dessa forma, o Galo ainda não tem esse dinheiro e decidiu antecipar a receita.

Um CRI é uma espécie de dívida que uma empresa privada contrai para poder utilizar recursos que ainda não estão em caixa. É uma forma de antecipar algum pagamento (no caso a Arena MRV, referente à venda de cadeiras, camarotes e patrocínios) futuro para direcionar estes recursos recebidos com os títulos para uma construção de um imóvel.

Leia a íntegra do documento assinado pelo presidente Sérgio Coelho e enviado aos membros do Conselho Deliberativo. 

Sr(a). Conselheiro(a),

A Arena MRV possui aproximadamente 450MM entre valores vendidos e ainda não recebidos e a performar das suas propriedades (cadeiras, camarotes e patrocínios). Esses dados foram apresentados para os(as) Conselheiros(as) do Clube na última reunião realizada na semana passada e também a torcida e a imprensa durante o Galo Business Day.

Com esse valor ainda a receber, existe urn descasamento de fluxo de caixa no empreendimento. Para melhor entendimento, vendemos cadeiras/camarotes parcelados em até 72 vezes e necessitamos do recurso de forma imediata para finalizar a construção. Importante ressaltar que sempre foi informado que urn dos principals recursos para viabilizar a obra e a venda das cadeiras cativas.

Nesse sentido, a Arena MRV realizou uma operação de crédito, como se fosse uma antecipação de recebíveis no montante de 200MM, e o contas a receber foi colocado como garantia de pagamento, em uma movimentação perfeitamente normal no mercado da construção civil. Essa operação está descrita nas Demonstrações Financeiras da Arena MRV, disponibilizadas no portal da transparência do Atlético.

Após consultas e cotações com as mais diversas entidades financeiras, a que apresentou as melhores condições para Arena MRV foi uma operação estruturada de CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários), no qual a Arena MRV emite títulos para venda, lastreado no contas a receber do estádio, e com destinação total para a conclusão da obra.

Ressaltamos também que os CRis poderão ser negociados entre investidores qualificados, tais como corretoras e suas plataformas de investimentos, dentre outros. Esta é a razão do produto estar sendo anunciado no mercado.

Importante explicar que para a obra continuar no ritmo que estamos
acostumados a acompanhar desde o início do projeto, necessitamos desse recurso agora para finalizarmos o empreendimento. Ou seja, faz parte do "Funding" da obra. 

O que é fundamental esclarecer e que essa operacao de credito em nada altera o projeto inicial da Arena MRV. O estádio tem como seu único acionista o Atlético. O que ocorreu foi apenas uma operação de crédito para enquadramento do fluxo de caixada obra".