Bastidores alvinegros

Galo quita parte da dívida de Douglas Santos na Fifa e não teme punição imediata

Atlético já tinha pago duas parcelas e, depois de ser notificado pela Fifa em dezembro, quitou mais duas parcelas, restando uma de 571 mil euros a pagar; não há prazo para esta última

Jogador chegou ao Atlético após passagens por Náutico e pelo exterior | Foto: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO
Thiago Nogueira, Isabelly Morais e Fernando Martins Y Miguel| @otempo
20/05/20 - 16h04

A dívida do Atlético na Fifa referente ao lateral-esquerdo Douglas Santos não preocupa o clube do ponto de vista de perdas de pontos ou outras sanções desportivas. Quando contratou o atleta, em 2014, o Galo aceitou pagar 2,8 milhões de euros (R$ 17,5 milhões no câmbio atual) à Udinese, da Itália, montante que seria dividido em cinco parcelas.

Depois de atrasar o pagamento das primeiras parcelas, ser notificado pelo time italiano e o caso passar pelo Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), o alvinegro não teve saída e precisou quitar as duas primeiras contas.

Em dezembro do ano passado, no entanto, o Comitê Disciplinar da Fifa – o mesmo que determinou que o rival Cruzeiro comece a Série B com menos seis pontos – notificou o clube da necessidade de pagar duas parcelas de 571 mil euros (R$ 3,5 milhões hoje), além de juros e custas processuais.

O comunicado dizia que o Atlético tinha prazo de 60 dias para cumprir esses pagamentos, sob risco de proibição do registro de jogadores em dois períodos de janela de transferências. Segundo o advogado Breno Tannuri, contratado pelo Galo para acompanhar seus processos na Fifa, o Galo pagou o que devia e, por isso, se livrou de punições quanto a essas parcelas.

Mas há ainda uma parcela a vencer, mas não exige pagamento a curto prazo. "Tem mais casos (do Atlético na Fifa), mas não tem nenhum imediato, nenhum correndo prazo, nada. Quando se tem uma determinação fixa-se lá 45 dias e você tem que cumprir esse prazo. Mas não há decisão", explicou o vice-presidente Lásaro Cunha. Da mesma forma, Tannuri explicou que não há data específica para o pagamento.

Outros casos

No mês passado, o Atlético pagou o que devia à Udinese pela contratação do meia-atacante Maicosuel, em 2014. O clube precisou tomar um empréstimo de R$ 13,4 milhões com o banco BMG e a MRV Engenharia, dos conselheiros Ricardo Guimarães e Rubens Menin, respectivamente, para não sofrer sanções.

Nesta quarta-feira (20), pelo Twitter, o presidente Sérgio Sette Câmara informou que o clube pagou R$ 734 mil referente à dívida com o Caracas, da Venezuela, pela contratação do meia Otero. Mas ainda há outras questões pendentes.

Uma dela é o recurso do Osmanlispor, da Turquia, pela quebra da assinatura do pré-contrato do lateral Patric, em 2016. O time turco cobrava 1 milhão de euros (cerca de R$ 6 milhões) pela negociação frustrada e Galo teve ganho de causa em primeira instância. O TAS julgaria o caso nesta terça-feira, 28, mas por conta da pandemias o julgamento foi suspenso.

O Banfield, da Argentina, é outro que pleiteia valores no CAS. O time argentino quer o pagamento de R$ 60 milhões do Atlético pela transferência do meia Cazares. O clube argentino alega que havia assinado a renovação com o jogador, que estava emprestado pelo Del Valle. O Atlético alega que o jogador pertencia ao Independiente Del Valle, do Equador, e negociou diretamente com o clube equatoriano. O clube mineiro obteve vitória na Fifa. Em reunião no CAS em agosto do ano passado não houve sentença proferida, o que deve acontecer no segundo semestre.

Por fim, e mais recente, está a dívida com o Barranquilla, da Colômbia, de US$ 3 milhões (cerca de R$ 17 milhões) pelo atacante Chará, já vendido ao Portland Timbers, dos Estados Unidos. O caso ainda está em fase inicial na entidade máxima e deve se estender por alguns meses ou, por conta da pandemia, anos.

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