A indignação com o que ocorria em campo por conta dos acontecimentos de fora do estádio Romelio Martínez, na noite dessa quinta-feira (13) marcaram as entrevistas dos jogadores e técnicos de Atlético e América de Cali após a partida da Libertadores. O momento de tensão nas ruas de Barranquilla, na Colômbia, invadiu de forma invisível o local do jogo, mas foi impossível não sentir. O gás lacrimogêneo usado por policiais do lado de fora para dispersar os manifestantes invadiu o gramado e incomodou os jogadores.

Para quem estava em campo, o objetivo era ignorar o incômodo causado pelo gás lacrimogêneo, já que o árbitro decidiu manter a partida. O lateral-direito Guga, um dos melhores em campo com a bola rolando, admitiu que aquele foi um dos piores momentos dele dentro de campo na sua carreira. 

“Pior coisa da minha vida. Particularmente nunca tinha passado por isso. Não tinha condições. Tanto que a gente não conseguia ficar dentro de campo, porque realmente ardia tudo. O olho, a garganta, o nariz, tudo. Uma das piores sensações que já passei dentro de um campo de futebol e espero nunca mais passar”, disse Guga. 

Em uma das paralisações do jogo, os jogadores chegaram a descer para o vestiário do estádio e o lateral-direito relatou a conversa que tiveram naquele momento. A ideia era voltar a campo com mais vontade, sabendo da importância da partida. 

“Tivemos uma conversa, sim, porque um jogo além de ser muito difícil e importante por toda a confusão que tinha fora do estádio era necessário que a gente tivesse uma concentração a mais, uma entrega mais, porque realmente estava muito difícil, porque no primeiro tempo, principalmente, tava muito ruim de jogar e a gente tinha que manter o foco, a atenção para não se perder na partida. A conversa no vestiário era que a gente voltasse no segundo tempo e entregasse um algo a mais, porque a gente sabia da importância da vitória hoje, então voltamos ainda mais focados e unidos. Indo para uma guerra mesmo para sair com os três pontos que eram muito importantes para nós aqui hoje. Foi um jogo de muita entrega e união