Eleito presidente do Atlético no fim do ano passado e com mandato até o fim de 2020, Sérgio Sette Câmara pretende propor uma mudança que passaria a funcionar somente a partir da próxima gestão. Para seu substituto, o dirigente quer uma mudança de patamar. Sette Câmara, que tem direito a concorrer à reeleição, entende que o presidente do clube deve ser um profissional remunerado.

“Sou a favor de profissionalizar ainda mais a gestão do clube. Vou deixar para, quando sair do Atlético, propor uma remuneração para o próximo presidente. Não me sinto confortável de fazer uma proposição dessa estando eu como presidente. Pelo nível de empenho e dedicação que um presidente tem hoje e pela responsabilidade que é, isso é uma tendência e deve ocorrer para as futuras administrações”, destacou o dirigente.

Nem presidente nem vice recebem pelas funções. Apenas os diretores são remunerados. Advogado, Sette Câmara conta que precisou deixar parte do serviço de seu escritório para se dedicar à presidência. Essa proposta, para acontecer, precisaria do aval do conselho.

Alguns presidentes de clubes no Brasil já são remunerados. São os casos de São Paulo, Bahia e Vitória. O dirigente tricolor Leco tem salário fixado em R$ 27,5 mil – o valor não pode ser superior a 70% do teto do funcionalismo público no Brasil, segundo o estatuto, reformulado em 2017.

Clube-empresa. No ano passado, o conselheiro atleticano Wilson Brumer, que já presidiu grandes empresas, como Vale e Usiminas, levantou a discussão sobre uma gestão mais moderna no clube numa reunião do conselho. A transformação do Atlético em um clube-empresa, com o objetivo de obter lucro a partir do futebol, no entanto, é algo mais distante de vislumbrar na visão de Sette Câmara.

“A transformação em S/A (Sociedade Anônima) é algo mais complicado. Se o Atlético ou a maioria dos grandes clubes fossem uma S/A poderia estar com vários pedidos de falência contra ele. Isso só não acontece porque ele não é uma S/A. Como clube, temos certos incentivos, certas isenções, que a S/A não teria. Para virar S/A ainda falta muito, não sei se vou estar vivo”, brincou.