De bem com a vida

'Estou de peito aberto, na minha casa', diz Fabrício Bruno sobre Cruzeiro

Jogador teve papel importante no esquema de Ceni ao destacar-se no alto índice de aproveitamento de passes e ainda ter papel fundamental no segundo gol

Fabrício Bruno celebrou grande atuação contra o Santos, líder do Campeonato Brasileiro | Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro
Josias Pereira | @superfcoficial
20/08/19 - 17h59

Fabrício Bruno pode ser um jovem defensor, de apenas 23 anos, mas apresentou contra o Santos, na vitória celeste por 2 a 0, um futebol de gente grande. Uma característica peculiar para a sua posição, ele foi o jogador com o maior índice de passes certos no time celeste. Foram 81 certos em 90 trocados, rendimento de 96,4%. 

No segundo gol marcado por Thiago Neves, um pouco do trabalho de Rogério Ceni pode ser visto neste sentido, com Fabrício Bruno iniciando a jogada e buscando o passe entre as linhas.

"Na base eu fazia muito até porque a gente pegava equipes, com todo respeito, inferiores e a gente buscava propor o jogo. Quando eu fui para a Chapecoense foi até uma questão que eu amadureci muito, que eu reconheço que quando saí daqui eu não tinha essa qualidade, mas com a sequência de jogos que fiz lá eu criei essa característica de achar passes. É uma coisa que o Rogério pede muito, o passe entre linhas, e assim foi no segundo gol, quando eu consegui achar o Pedro. Uma coisa que agora é continuar trabalhando para aprimorar e quando tiver a oportunidade seguir bem", disse o jogador, ao analisar seu desempenho. 

Uma atuação consistente e que provou a preparação do atleta, que só foi descobrir que seria o titular do Cruzeiro no dia anterior ao confronto. 

"Eu tive a confirmação no lanche que a gente tem no período noturno, eu desci para o lanche, o Rogério sentou comigo, conversou, me perguntou se eu estava preparado e confiante, e eu disse que estava confiante no jogo, que vinha trabalhando para isso, e a oportunidade apareceu infelizmente com a lesão do Léo. Creio que fiz o meu melhor e dei total respaldo para ele pra fazer uma avaliação sobre mim", destacou Fabrício. 

Pensamento em titularidade?  

Tendo essa virtude dentro da proposta de jogo de Rogério Ceni, Fabrício Bruno já pode vislumbrar oportunidades mais recorrentes no time. A sequência que todo o jogador almeja. Apesar disso, a responsabilidade quanto a isso está nas mãos de Ceni, e Fabrício salienta o respeito e admiração que conserva ao companheiro Léo. 

"Deixo mais na mão do Rogério. Acho que ele precisou de mim para suprir a carência de um cara que tem história dentro do clube, como eu quero construir a minha. E essa chance veio em uma infelicidade, em uma lesão, ninguém torce para o companheiro se machucar. Mas eu entrei, dei o meu melhor, ele me parabenizou depois do jogo. Tanto quem jogar, seja Léo, o Cacá, todos estão à disposição", avaliou o defensor. 

"Todo jogador pensa em sequência, e eu não sou diferente. Venho trabalhando, respeitando todos os meus companheiros, o Léo principalmente, um cara que tenho enorme admiração por ele, volto a ressaltar. Infelizmente ele sofreu uma lesão, tive que substituí-lo por conta disso. Feliz pelo momento, acho que tudo é trabalhado, independentemente de quem o Rogério escolher para jogar, tenho certeza que todo mundo vai ficar feliz, todo mundo está aqui para ajudar o Cruzeiro e o Rogério da melhor maneira possível. Com certeza, sem tomar gol e lá na frente a gente saindo com a vitória", completou Fabrício. 

Recomeço no Cruzeiro 

No clube celeste desde 2013, quando chegou para defender a base estrelada, Fabrício não esconde sua paixão pelo Cruzeiro, declarando sua paixão nas redes sociais. Torcedor assumido do time estrelado, o zagueiro fez um panorama da carreira. Ele foi recebeu oportunidades quando da suas primeiras aparições no time principal sob o comando do português Paulo Bento, mas depois acabou se transferindo para a Chapecoense, onde foi uma das peças importantes no trabalho de reestruturação do time após a tragédia aérea. 

"Começou em 2013, em junho que eu cheguei na base, fiquei 2014, 2015 e 2016 subi para o profissional. Fiz nove jogos no time profissional e aí, logo em seguida, quis sair um pouco para buscar um pouco de experiência. Eu sentia que era o momento, já tinha vivido algumas coisas, por mais que eu cheguei na Chapecoense, o primeiro ano lá foi difícil. Eu que sou de Belo Horizonte, sou daqui, encarei uma situação que para mim, tão jovem, saí com 21 anos, cheguei lá e peguei um clube do zero. Ter essa experiência foi uma das coisas mais incríveis que já vivi na minha vida", contou.

Mas Fabrício tinha certeza que voltaria a jogar pelo Cruzeiro. E essa certeza concretizou-se neste ano. Contra o Santos, o defensor fez sua nona partida com a camisa celeste em 2019. 

"Eu sabia que um dia iria voltar, tinha essa concepção na minha cabeça que um dia voltaria, foi uma coisa que eu falei com meu pai, conversava muito com ele. Minha família inteira é cruzeirense, todo mundo torce pelo meu sucesso no clube. Sabia que um dia voltaria. 2017 terminei o ano bem lá, não voltei em 2018. Infelizmente, eu fiquei oito meses machucado no ano passado, mas consegui fechar bem a temporada, tive a oportunidade de voltar no início do ano. Por mais que eu tivesse outras propostas, a Chapecoense queria que eu permanecesse, mas eu não pensei duas vezes. O Cruzeiro é minha casa, já me declarei ao clube, sou muito feliz em estar aqui independentemente de jogar muito ou pouco. Estou aqui para ajudar o clube da melhor maneira possível quando eu for solicitado. Estou de peito aberto, feliz, na minha casa e isso que é o mais importante", concluiu o jogador. 

Fabrício Bruno tem 17 jogos com a camisa do Cruzeiro, e já balançou as redes uma vez pela Raposa. 

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