Sem limites

Hostilidade no Independência gera reclamações no Cruzeiro: 'ali tudo pode'

Súmula relatou vários objetos atirados no gramado do Horto no último clássico

Jogo foi tenso e deu muito trabalho para a arbitragem paulista; equipe recolheu copos | Foto: Uarlen Valério
Josias Pereira | @superfcoficial
19/07/19 - 16h01

A súmula do último clássico, o que garantiu a passagem do Cruzeiro às semifinais da Copa do Brasil, relatou o arremesso de copos plásticos com líquido não identificado, isqueiros, canetas e escovas de dentes no gramado do Independência aos 13, 21 e 43 minutos. Segundo o árbitro, todos os objetos foram atirados pela torcida do Atlético e os responsáveis não foram identificados.

Uma hostilidade que passou dos limites no último jogo, como relatado por membros da comissão técnica do Cruzeiro. Antes de conceder entrevista aos jornalistas de rádio, o técnico Mano Menezes comentou em off sua surpresa com o comportamento dos torcedores rivais, inclusive com provocações com gestos obscenos vindos até mesmo de mulheres, segundo relatou. Mano, inclusive, pegou um dos objetos lançados e se revoltou com a arbitragem. Nos clássicos do Horto, o treinador celeste já ficou conhecido por suas discussões acaloradas com os alvinegros que ficam próximos ao banco de reservas. 

Na parte onde está posicionado os bancos de reservas fica o espaço destinado aos torcedores sócios do programa de fidelidade alvinegro 'Galo na Veia'. Antes e durante a partida, alguns dos objetos lançados no gramado partiram daquele setor. Quando os reservas do Cruzeiro se dirigiram ao campo para o início da partida, eles foram alvos de líquidos e também cusparadas. 

Quando a situação tomou uma proporção mais complicada, o sistema de som do Independência emitiu alertas aos torcedores sobre possíveis punições aos clubes por conta do comportamento. 

Um membro da comissão técnica do Cruzeiro também destacou ao Super FC que a situação é recorrente no Independência. "Ali tudo pode. Fazem vista grossa (no que tange às punições)", disse o representante à reportagem em off. 

Um policial chegou a ser chamado para ficar próximo do banco celeste. O Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) prevê sanções a clubes que deixam de tomar providências para prevenir o lançamento de objetos no campo. A pena vai de multa, entre R$ 100 e R$ 100 mil, e a perda de mando de campo, de uma a dez partidas. A identificação e detenção dos autores da desordem, se comprovada com a apresentação de boletim de ocorrência policial, pode eximir o clube de responsabilidade sobre os fatos. 

O departamento jurídico do Atlético informou que todas a medidas foram tomadas para manter a ordem e identificar os responsáveis. Por meio da assessoria de imprensa, o clube informou que houve a identificação de responsáveis, não precisando a quantidade de torcedores. 

O Super FC também ouviu reclamações de torcedores do Cruzeiro que questionavam a não comercialização de cerveja no setor visitante, além da organização para a entrada no estádio, feito em fila indiana. Vale ressaltar que próximo ao fim da partida, torcedores do Cruzeiro acenderam sinalizadores no Independência, item que é proibido pelo Estatuto do Torcedor. 

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