Sete de agosto de 2019. Cobrança de falta de Guerrero e a esperteza de Edenilson no rebote. A história do primeiro encontro entre Cruzeiro e Inter estava escrita. 1 a 0 para os Colorados, dentro do Mineirão. Um jogo que marcou o fim da trajetória de Mano Menezes após mais de três no Cruzeiro. Os gritos de “burro” foram a gota d’água para o fim de uma relação tempestuosa. Quatro de setembro de 2019. Quase um mês depois daquele fatídico encontro, Inter e Cruzeiro voltam a se enfrentar, dessa vez no capítulo final do embate. E muito coisa mudou na Raposa desde então. 

Mudança de comando 

Rogério Ceni foi o escolhido pela diretoria do Cruzeiro para comandar o time depois da saída de Mano Menezes. Ex-jogador com um lastro de vitórias incontestável e que busca a afirmação no cenário dos técnicos de ponta do país.

Filosofia de jogo e tempo de trabalho 

Saiu o Manobol, estilo de jogo que priorizava o contra-ataque, para um modelo de bastante intensidade, com o domínio maior da posse de bola, grande movimentação dos jogadores de beirada, responsáveis por dar velocidade a um time que carecia de mais agressividade. O próprio Odair Hellmann, técnico do Internacional, avaliou as diferenças do Cruzeiro de Mano para o Cruzeiro de Rogério Ceni, e também destacou o tempo que o novo técnico celeste teve durante esse período entre jogos, com semanas cheias de trabalho, algo que o Colorado não teve por conta da disputa da Libertadores. 

“O Rogério é um grande treinador. Fez um trabalho excepcional no Fortaleza. Por isso também a contratação dele pelo Cruzeiro. Implementou as características dele de jogo no Fortaleza, nós pudemos enfrentá-los recentemente, o Rogério já não estava, mas é uma equipe bem agressiva, de velocidade. É isso que ele (Rogério) trabalha, é o que tem acontecido nas equipes dele. Claro que ele teve um tempo de trabalho de semanas cheias para implementar suas ideias, sua maneira. Está fazendo algumas substituições, visualizando algumas coisas. A gente tem observado muito o Cruzeiro, atento a tudo que vem sendo feito, mas também temos que estar focados no nosso jogo, no nosso comportamento, no nosso padrão, para que a gente esteja preparado para esse confronto e possamos conseguir nosso objetivo que é a classificação”, disse o treinador do Internacional. 

Sequência de resultados 

Desde aquela derrota para o Internacional, o Cruzeiro não perdeu mais. Foram quatro jogos no Brasileirão, com dois empates, um deles sob o comando do interino Ricardo Resende (2 a 2 com o Avaí, fora de casa), e o outro com o CSA (1 a 1), e duas vitórias — Santos (2 a 0) e Vasco (1 a 0). Sob o comando de Ceni foram três jogos, com duas vitórias e um empate. 

Recuperação de Fred 

Fred, o camisa 9 do Cruzeiro, permaneceu por 16 partidas sem marcar. Período que se confundiu com a dificuldade do time também de balançar as redes. Até a partida contra o Avaí, a primeira sem Mano, o time celeste ficou oito jogos sem balançar as redes. Foram 893 minutos. E logo na estreia de Ceni, quem voltou a balançar as redes foi justamente Fred, que voltaria a marcar contra o CSA. Com dois gols, o jogador se isolou ainda mais na artilharia do Cruzeiro no ano, com 18 tentos, e pode ser uma arma perigosa para o desafio de hoje, contra o Inter. 

Inter e Odair pressionados 

A eliminação colorada para o Flamengo nas quartas de final da Copa do Brasil trouxe um clima de instabilidade. Protestos chegaram a acontecer antes do jogo contra o Botafogo, no Brasileirão, exigindo o título na Copa do Brasil. A bem da verdade, Odair não é unanimidade na torcida do Inter, que já coloca a partida contra o Cruzeiro como decisiva para a permanência do técnico no cargo.