Qualquer resultado que não fosse o título seria desastroso para o Lube Civitanova (ITA) no Mundial de clubes de vôlei masculino. O time, com um investimento milionário, foi montado para ganhar tudo na atual temporada e o torneio intercontinental era um dos grandes objetivos.
Mesmo com um elenco de nível internacional, pra fazer frente pra qualquer time do planeta, é necessário corresponder na bola, fazendo um jogo regular, consistente e sem oscilações.
Em uma final de Mundial, altos e baixos certamente são castigados e foi justamente isso que aconteceu, para o dissabor da equipe e de sua torcida, que precisou se contentar com o vice-campeonasto para um dos seus maiores rivais.
Sem conseguir se encontrar na maior parte do jogo, o Lube caiu por 3 a 1 (25/20, 22/25, 25/20 e 25/18) em um resultado que o fará seguir sem a taça de campeão do mundo.
Por outro lado, o Trentino chegou ao quinto título mundial para fazer história e seguir sendo o time com mais conquistas do torneio. Com a benção da Virgem Negra (Nossa Senhora de Jasna Góra), padroeira da cidade e também do país, a equipe de Trento terminou o torneio de forma invicta para não deixar dúvidas sobre seu merecimento.
Era certo que o tabu italiano, de não levar um título mundial desde 2012, seria quebrado. De lá pra cá, foram três conquistas do Sada Cruzeiro, além de duas para times russos. Restava saber pra que lado iria a taça, em um embate entre times que se conhecem bem.
Em quadra, um Lube que voltava a fazer uma decisão, assim como no ano passado, quando o título escapou diante de um Zenit que não estava mais no caminho.
Mesmo diante de um adversário com quatro mundiais no currículo, a equipe de Civitanova era a candidata mais forte para chegar no lugar mais alto, que ainda faltava na sua galeria.
Diante de um dos times mais fortes do mundo, seria preciso ter uma atuação precisa e de gala. E foi justamente isso que o Trentino fez, minando bem as principais potencialidades do conhecido adversário, começando pelo saque.
Tirando o passe da mão de Bruninho, que não esteve em noite feliz, a marcação dos centrais já era uma preocupação a menos para o Trentino.
Colaborou para os novos campeões o fato do saque do Civitanova não ter se encontrado em boa parte do duelo, permitindo que a recepção de Trento colaborasse com a distribuição eficaz de Giannelli, um dos grandes nomes da decisão.
Conseguindo fazer o que poucos tiveram a capacidade, o Trentino fez um jogo agressivo e pressionou o Lube a todo momento, colocando o rival contra a parede para precisar se acostumar com uma situação atípica.
Foi assim durante boa parte do jogo, estando a frente do placar e sempre exigindo que o time de Leal e Simon correspondesse de imediato, o que nem sempre aconteceu.
As brechas abertas eram logo aproveitadas pelo Trentino, que foi ganhando confiança e acreditando que era sim possível chegar ao quinto caneco intercontinental.
Repetindo o cenário da semifinal, o começo do Lube foi desfavorável. Errando além da conta, no ataque e também na defesa, o time de Civitanova viu o Trentino aproveitar bem as oportunidades para sair na frente.
No segundo set, o Lube melhorou saque para equilibrar o jogo e começar a trocar pontos. O empate se confirmou somente na reta final da parcial, antes do time voltar a oscilar na terceira etapa para precisar do tie-break para ser campeão.
No quarto set, o Lube mudou seu levantador para buscar algo de diferente. Mas o panorama se manteve com o Trentino firme nas ações diante de um Lube já cambaleante, que se viu nas cordas, sem saber sair do quadro desfavorável.
Quando teve a chance, o time de Trento matou o duelo para desbancar o favorito e fazer valer a máxima de que jogo é jogado.
Escalações:
Lube: Bruninho, Sokolov, Simon, Stankovic, Leal, Juantorena e Balaso. Entraram: D´Hulst, Cester, Massari. Técnico: Giampaolo Medei.
Trentino: Giannelli, Vertori, Candellaro, Lisinac, Russell, Kovacevic, Grebennikov. Entraram: Nelli. Técnico: Angelo Lorenzetti.
* repórter viajou a convite da organização