Depois de não jogar o que poderia na primeira fase do Mundial de clubes de vôlei masculino, no ginásio Divino Braga, em Betim, o Zenit Kazan (RUS) pagou um alto preço ao cair na semifinal para o Sada Cruzeiro. O que restou aos russos, campeões em 2017, foi a disputa da medalha de bronze. Pela frente, o Al Rayyan (CAT), que não foi páreo para a força europeia, caindo por 3 a 0 (25/21, 25/18 e 25/17), mesmo com toda a torcida no poliesportivo estando a seu favor. 

Na primeira fase, os dois times já haviam se enfrentado, quando os cataris chegaram a incomodar e vencer um set, aproveitando um certo desinteresse do time de Kazan, que parecia já estar com a cabeça nas semifinais de sábado, que trouxeram um novo e indigesto 3 a 0 para o Sada Cruzeiro. No segundo encontro, o Al Rayyan voltou a dar trabalho, conseguindo manter o placar sempre próximo, ligando o sinal de alerta no lado adversário. Nas duas primeiras parciais, o Kazan precisou impor seu ritmo para não ser surpreendido. Depois de abrir um 2 a 0, o Zenit não permitiu que a zebra aparecesse para fechar em sets diretos e sair de Minas Gerais com um resultado longe do que eles esperavam. 
Cabeça erguida

Mesmo com a derrota, o Mundial teve muito bom proveito para a equipe do Oriente Médio. O quarto lugar já era esperado diante de três potências internacionais que dificilmente dariam chances para um adversário de nível inferior. O set vencido na primeira fase, contra o Zenit, foi apenas um dos saldos positivos do time do técnico brasileiro Carlos Schwanke, que agora retorna para casa em um patamar mais alto, tendo aprendido bastante no torneio em Betim. 

"Com certeza foi algo grande pra gente ter vencido uma parcial diante de um time tão forte e poderoso, de investimento bastante alto e com jogadores renomados. Isso ajudou a nos fortalecer durante a competição. Apesar das dificuldades, acho que ficou claro que temos condições de incomodar equipes deste porte. Não dá para comparar a força econômica e o nível dos atletas. Eles estão entre os melhores do mundo, ainda estamos em outro patamar", comentou o ponta brasileiro Marcus Vinicius. Sobre o possível 'corpo mole' do Zenit na primeira fase, ele opinou. "Acho que ficaria muito feio se eles fizessem isso, não creio que aconteceu. Eles simplesmente não jogaram como gostariam, acabaram nos vencendo na fase de classificação depois de trocar as peças porque o nosso jogo estava se encaixando", lembra. 

A presença do Al Rayyan no Mundial veio por acaso. Após ficar em terceiro lugar no campeonato asiático, o time viu a vaga 'cair no colo' com punição para os dois finalistas pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB) após briga na grande decisão do torneio continental. 

Escalações:

Zenit Kazan: Butko, Sokolov, Kononov, Volvich, Ngapeth, Mikhailov, Golubev. Entraram: Zemchenok, Alekno, Surmachevskiy, Voronkov Técnico: Aleksei Verbov

Al Rayyan: Stevanovic, Marco Ferreira, Faye, Belal, Marcus Vinicius, Vukasinovic, Ouertani. Entraram: . Técnico: Carlos Schwanke