Como a calça jeans e o jazz, o chapéu Panamá foi mais um presente que os pobres deram aos ricos para eles se sentirem mais sofisticados adotando hábitos proletários. E desta vez, os proletários nem ficaram com o crédito: o chapéu é originário do Equador. Era usado pelos equatorianos que foram trabalhar na construção do Canal do Panamá. O presidente americano Theodore Roosevelt visitou as obras, passou a usá-lo, e o adorno alcançou o estrelato — com o nome enganoso.

Fosse ou não populismo a motivação original, Roosevelt acertou ao pôr o Panamá na cabeça: ele é a expressão da elegância que vem da simplicidade, com sua faixa preta e trançado branco. E para levar de recordação ou como presente, não há nada melhor. A fibra da palmeira usada em sua confecção é extremamente maleável. Você pode dobrá-lo, amassá-lo, que depois de retirado da mala, ele logo volta a ficar como novo. O preço é baixo: até no aeroporto, lugar onde os valores costumam ser inflacionados, o chapéu pode ser comprado por cerca de US$ 20.