Estrangeiros terão de ficar quarentena e serão monitorados

Brasileiros que viajarem para o Reino Unido durante a pandemia precisarão preencher um formulário 48 horas antes do embarque e deverão permanecer em quarentena por 14 dias. Durante a permanência no país, eles também poderão será monitorados por um aplicativo e receberem visitas-surpresa de uma equipe reguladora.

A informação foi dada nesta quinta-feira (10) por Priscila Moraes, executiva de comunicação e marketing B2B do Visit Britain, órgão de promoção do Reino Unido, em webinar promovida para imprensa e parceiros do trade. O Reino Unido foi, até agora, o único país europeu que não fechou as fronteiras para brasileiros.

De acordo com Malcolm Griffiths, diretor do Visit Britain no Brasil, o país recebeu no ano passado cerca de 291 mil brasileiros, que gastaram cerca de 250 milhões de libras. Quando se foca nos números de visitantes a lazer, 68% de todos os turistas brasileiros, chegadas e gastos aumentaram 16% e 34%, respectivamente, em comparação com 2018.

Fechamento e reabertura

O Reino Unido - leia-se Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales - decretou lockdown em março, registrou picos da Covid-19 em abril e queda no número de casos em maio. Em junho, o país traçou um plano de retomada gradual e reabriu para os turistas em julho. De julho a setembro, promoveu testes em massa na população.

País com mais mortes por Covid-19 na Europa, o Reino Unido registrou mais de 3.000 novos casos nos últimos quatro dias, embora o número de mortes e internações continuem baixos. Para controlar a propagação do vírus, as autoridades limitaram reuniões sociais a seis pessoas em  ambientes abertos ou fechados.

Segundo dados do Visit Britain, os casos mais graves de propagação estão em Caerphilly, destino no País de Gales que está sendo monitorado. O governo também impôs restrições de circulação mais duras em centros urbanos maiores, como Lancaster, Grande Manchester e Glasgow, esse último na Escócia.

Aplicativo

Neste mês, o Serviço Nacional de Saúde (em inglês, National Health Service - NHS) vai lançar o aplicativo NHS Test & Trace App, plataforma de rastreamento cm leitura por QR Code, onde o visitante poderá se identificar nos estabelecimentos por onde passa. Uma tecnologia similar já é utilizada em cidades brasileiras, como Gramado (RS).

Para quem visitar o Reino Unido durante a pandemia, o governo britânico recomenda evitar o transporte público, aglomeração com mais de seis pessoas e reservas antecipadas e agendamentos para atrativos turísticos populares, como, por exemplo, a London Eye e o Museu Britânico.  

A exemplo de outros países, o Reino Unido também lançou o selo de qualidade We're Godd To Go (na tradução, "Estamos prontos!"), um padrão de conduta para as empresas do setor de turismo. O governo recomenda antes da viagem consultar os estabelecimentos com o certificado de segurança no site visitbritain.com/discover.

Obrigatório

Os estrangeiros que visitarem o Reino Unido não precisam apresentar teste negativo para Covid-19, mas terão de preencher o formulário Contact Locator Form e permanecer 14 dias em quarentena, pagando as despesas do próprio bolso. A exceção são visitantes de 14 países conhecidos como "corredores aéreos".

Quem viajar para o Reino Unido a partir desses não precisará permanecer em quarentena - são eles Alemanha, Austrália, Cuba, Curaçao, Dinamarca, Islândia, Irlanda, Itália, Japão, Noruega, Nova Zelândia, Suécia e Turquia. A questão é que muitos desses países fecharam as fronteiras a brasileiros.

Para permanecer no Reino Unido, o turista terá de apresentar cópia do formulário na chegada e também um e-mail de confirmação da imigração. As informações no formulário servirão para monitorar os visitantes durante sua permanência no país. Quem desrespeitar as normas pode ser multado em até 3.000 libras esterlinas.

Mas o visitante pode cumprir o isolamento onde achar mais interessante - na casa de amigos e parentes ou em hotel  - e deverá pedir itens básicos e de alimentação por delivery. A quebra da quarentena só será permitida para passageiros em conexão ou em casos emergência, quando o delivey de itens básicos não for possível ou a acomodação escolhida se tornar inviável.