Ásia

Nepal: conheça o trekking mais procurado pelos viajantes

Oito entre os dez picos mais altos do planeta estão no pequeno país asiático, que localiza-se na região do Himalaia; mineira conta sua aventura por essas trilhas

Sáb, 01/12/18 - 02h00

Silêncio, contato com a natureza e uma sensação incrível de superação a cada etapa vencida. Como boa mineira que sou, não perco a oportunidade de colocar a mochila nas costas para desbravar uma trilha. Se Minas já é um paraíso para os amantes de trekking, imagina minha felicidade ao chegar ao Nepal, um dos destinos mais procurados do mundo entre os que compartilham do mesmo vício (digo, paixão).

Oito entre os dez picos mais altos do planeta estão nesse país minúsculo, espremido entre as gigantes Índia e China. Entre eles, o famoso e aclamado Everest, com seus 8.848 m de altitude. Apesar de aparentemente intimidador, o Nepal oferece dezenas de circuitos diferentes com os mais variados níveis de dificuldade, tempo de duração e custo. Resumindo: não precisa ser um escalador profissional ou ter os melhores equipamentos do mundo para ver o Himalaia de perto. O destino pode entrar na lista de desejos de qualquer viajante.

Algumas coisas, porém, são certas: todas as trilhas exigem uma permissão especial que deve ser providenciada com antecedência em Katmandu ou Pokhara (os valores variam de acordo com o circuito escolhido, partindo de US$ 40 por pessoa e podendo chegar a US$ 500 por pessoa). Além disso, qualquer turista está sujeito ao “mal da altitude”, já que praticamente todos os percursos terão etapas que superam os 3.000 m de elevação.

Os meses mais movimentados são setembro e outubro, mas não se assuste com o período de monções (chuvas). Você pode se surpreender com a beleza da vegetação e ainda terá a vantagem de ter as trilhas praticamente vazias.

Annapurna: a queridinha. Entre as trilhas mais populares do Nepal, Annapurna oferece duas opções: Circuit Trek (ACT) e Base Camp (ABC). Optei pela primeira, pela variedade de atrações ao longo do caminho e pelo desafio de atravessar a passagem entre montanhas mais alta do mundo: Thorong La Pass, a 5.416 m de altitude. O desafio de respirar, a dor de cabeça e o peso da mochila foram extremamente desgastantes, mas todo o esforço é recompensado.

Upper Mustang - Nepal mais próximo do Tibet. Juntamente com Manaslu, é uma das trilhas mais restritas do Nepal. O circuito pode ser realizado em dez dias e exige uma permissão especial que custará salgados US$ 500 por pessoa. Aberto aos turistas em 1992, o trajeto percorre vilarejos que mantêm vivas tradições trazidas para a região que hoje é conhecida como “pequeno Tibet”, tamanha a proximidade com a região dominada pela China desde 1959.

Um povo apaixonante. Independentemente da trilha escolhida, um dos pontos altos de qualquer trekking no Nepal é o contato com os moradores locais. Entender suas origens, hábitos e tradições enriquece qualquer experiência. Observar suas roupas, a forma como carregam as crianças e qualquer outra carga, a força física e espiritual que possuem é um aprendizado a cada nova parada.

Tradição que cabe no bolso em Kagbeni. Se seu orçamento não permitir um trekking tão caro quanto Upper Mustang, ainda é possível ter um gostinho da região visitando Kagbeni, a porta de entrada do circuito. A cidadezinha pode ser explorada em um dia e tem todas as características dos demais vilarejos encontrados ao longo do caminho. Destaque para o monastério do século XV com suas imponentes paredes vermelhas.

Descanso e boa culinária em Pokhara. Conhecida por ser o ponto de partida e chegada de várias trilhas populares como Annapurna Base Camp (ABC), Pokhara fica à beira de um lago e oferece várias opções de atividades. Tem desde caiaque e paragliding, passando por um nascer do sol de tirar o fôlego até versões mais curtas de trekking, culinária internacional, vida noturna e várias opções de massagens relaxantes.

Paula Takahashi é jornalista e desde fevereiro de 2018 está viajando pela Ásia. Já passou pela China, Japão, Butão, Tibet e agora está no Nepal. Sua saga (sem data para acabar) pode ser acompanhada no Instagram @paulatakahashi.

 

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