Vila Madalena, ou Vila Mada, como os moradores chamam carinhosamente o bairro paulistano da zona Oeste, vizinho a Pinheiros, é referência mundial em street art (arte de rua). Também tem fama de boêmio. Em cada esquina, depara-se com cafés, livrarias, bares e galerias de arte. 

Eleito como melhor bairro de São Paulo em uma pesquisa realizada pelo SPTuris, órgão oficial de turismo da cidade, durante a Copa do Mundo a Vila Madalena agrada pelas efervescência cultural e as baladas. O bairro ainda tem ruas com nomes curiosos e lúdicos, como Harmonia, Girassol e Purpurina e prédio estilosos.

O free walking tour pela região inicia na Aspicuelta. A proposta é  sair a pé percorrendo um pequeno circuito de ateliês até o Beco do Batman. A parada - que não fizemos, mas é recomendada - é no armazém Lá na Venda, um espaço de comidas artesanais e que resume a vibe do bairro paulistano.

A primeira parada é no ateliê Attom, do artista e designer Carlos Motta. Ele utiliza de material reciclado - madeira, algodão, sementes, vidro, ferro, laminado e garrafa pet - para criar sua peças com belíssimo design. É o que Motta chama de design utilitário. Assim uma garrafa de uísque escocês pode virar, por exemplo, uma elegante fruteira.

Todo o material se transforma em arrojados móveis, roupas, e peças de decoração, como bandejas,  jogos, vasilhames, abajures etc. É tudo muito rústico, simples, mas carregado de sofisticação.  "Só trabalhamos com madeira de procedência, certificada, e algodão e tinturas orgânicas", salienta o artista.

Entre as peças estão tigelas em maracatiara feitas pela população ribeirinha de Tapajós, no Pará, onde o artista - oriundo da arquitetura ´- já ministrou oficina para comunidades locais.  As peças variam entre R$ 90 e R$ 1.900. O nome do ateliê, curiosamente, é o sobrenome de Carlos escrito de trás para frente.

Na DemocrArt,  a loja  tem a proposta de vender obras de arte a preços acessíveis. Ao invés de obras exclusivas, ela série numeradas e limitadas de obras de artistas, como  Renato Grecco,  Rudi Sebastian e Alemão, que podem ser impressas em tela de algodão fotografias em papel. Os preços começam a partir de  R$ 490. 

Do outro lado da rua Harmonia, o ateliê A7MA exalta a arte que nasceu nas ruas. São trabalhos de mais de 30 artistas da casa, como os grafiteiros Enivo, Bieto,  Kueio, Tché Ruggi, Paulo Ito e Rafael Hayashi, e réplicas comercializadas de famosos. Atualmente ocupa a galeria a exposição "Translúcida", da artista Erica Mizutani.
A passagem pelo Beco do Batman é o ponto do alto da caminhada.

A viela de muros grafitados e coloridos já virou ponto turístico obrigatório no bairro e está apinhada gente fazendo selfies.  O tour termina em frente à galeria Choque Cultural, que infelizmente estava fechada, e à escadaria do Palapio, uma versão paulista da carioca Selarón.

Ainda por recomendação de um amigo que mora em São Paulo, não saia de Vila Madalena sem passar pelo Coffee Lab ou a Livraria da Vila, para tomar um capuccino, e pelo Armazém da Cidade, um espaço descolado para comidinhas rápidas. Se o tour acontecer aos sábados, há feirinhas de relíquias da praça Benedito Calixto.