Os Estados Unidos expressam "grande preocupação" com a Coreia do Sul depois que o presidente Yoon Suk Yeol declarou, nesta terça-feira (3/12), lei marcial, e esperam que a situação se resolva respeitando o "Estado de direito", declarou o vice-secretário de Estado, Kurt Campbell.

"Seguimos os recentes acontecimentos na República da Coreia com grande preocupação" e esperamos que "qualquer disputa política se resolva pacificamente e de acordo com o Estado de direito", disse Campbell.

Em meio a disputas parlamentares sobre um projeto de lei orçamentária, o presidente sul-coreano decretou, nesta terça, lei marcial de emergência para, segundo ele, "salvaguardar uma Coreia do Sul liberal das ameaças apresentadas pelas forças comunistas da Coreia do Norte e para eliminar os elementos antiestatais que roubam a liberdade e a felicidade do povo".

O presidente qualificou a oposição, que tem maioria no Parlamento, de "forças antiestatais com a intenção de derrubar o regime". A oposição considera "ilegal" a lei marcial e convocou a população a se manifestar. 

A Coreia do Sul, onde há mais de 28.000 soldados americanos destacados, é um aliado chave dos Estados Unidos na Ásia, em meio a crescentes rivalidades com a China. O país conta com seu aliado americano para garantir sua segurança frente às ameaças da Coreia do Norte.

A terceira Cúpula pela Democracia, uma iniciativa lançada em 2021 pelo presidente americano, Joe Biden, aconteceu em março em Seul e contou com a participação do chefe da diplomacia americana, Antony Blinken.

Após a vitória do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos em 5 de novembro, o presidente sul-coreano parabenizou o magnata. Em ruptura com seu antecessor Moon Jae-in, Yoon Suk Yeol adotou uma linha mais dura com a Coreia do Norte, equipada com armas nucleares.

Joe Biden se reuniu com Yoon Suk Yeol em abril de 2023 em Washington e lhe prestou as honras de uma visita de Estado, a qual terminou com um jantar de gala. (AFP)