A Defesa Civil da Faixa de Gaza reportou, neste domingo (29), a morte de 23 pessoas, entre elas várias crianças, em bombardeios e disparos israelenses no estreito território palestino, devastado após mais de 20 meses de guerra.

O porta-voz da Defesa Civil, Mahmud Basal, informou que suas equipes de resgate "transportaram 23 mártires, incluindo várias crianças e mulheres", mortos em bombardeios ou por disparos em vários pontos da Faixa de Gaza.

O exército israelense informou à AFP que não pode comentar estes relatos, mas disse que está lutando "para desmantelar as capacidades militares do Hamas", em sua ofensiva lançada contra o movimento que governa Gaza, em resposta ao ataque de milicianos islamistas em Israel em 7 de outubro de 2023.

Devido às restrições impostas à mídia em Gaza e à dificuldade de acesso ao território, não é possível verificar de forma independente as avaliações feitas pela Defesa Civil.

Basal informou que duas crianças morreram em um bombardeio que destruiu sua casa no bairro de Zeitun, na Cidade de Gaza.

Abdel Rahman Azam, de 45 anos, relatou à AFP que estava na casa de familiares quando ouviu "uma enorme explosão".

"Saí correndo, em pânico, e vi a casa destruída e em chamas", afirmou. "Os gritos das crianças e das mulheres não paravam".

Azam disse que a casa foi bombardeada com um míssil "sem aviso prévio".

"É um crime horrendo. Dormimos sem saber se acordaríamos", acrescentou.

O porta-voz da agência de resgate detalhou que outras cinco pessoas morreram em um bombardeio contra um campo de refugiados em Khan Yunis, no sul de Gaza, inclusive uma criança.

Em Rafah, outra localidade do sul da Faixa, quatro pessoas morreram por disparos israelenses, enquanto aguardavam a entrega de comida perto de um centro de distribuição de alimentos, assinalou Basal.

O exército israelense emitiu, neste domingo, uma ordem de evacuação para o norte da Faixa de Gaza, e advertiu os palestinos para ações iminentes nesta região.

As forças israelenses "vão operar nestas áreas, e estas operações militares serão intensificadas e expandidas (...) para destruir as capacidades das organizações terroristas", informou, no X, o porta-voz militar Avichay Adraee.

O exército israelense reportou, neste domingo, a morte de um soldado de 20 anos durante combates no norte da Faixa de Gaza.