Os membros do júri do julgamento de Donald Trump por falsificação de documentos contábeis terminaram, nesta quarta-feira (29), o primeiro dia de deliberações sobre a possibilidade de proferir a primeira condenação criminal de um ex-presidente dos Estados Unidos. A decisão pode abalar as eleições presidenciais de novembro.

Os 12 membros do júri de Nova York, cujas identidades foram mantidas em anonimato por segurança, se reuniram por quase cinco horas em uma sala separada, deixando Trump e o restante do tribunal à espera de qualquer novidade. Os membros vão retomar as deliberações nesta quinta-feira (30).

Antes do encerramento da sessão, o júri pediu para reexaminar o depoimento de duas testemunhas e ouvir novamente as instruções da corte sobre como interpretar a lei.

Não há limite de tempo para as deliberações, mas uma absolvição ou condenação requer unanimidade. Se um único jurado se recusar a se unir aos demais, o juiz teria que declarar o julgamento nulo.

Trump, o 45º presidente dos Estados Unidos (2017-2021), é acusado de falsificar documentos contábeis de sua empresa, a Trump Organization, para ocultar um pagamento de US$ 130 mil (R$ 676 mil, na cotação atual) à ex-atriz pornô Stormy Daniels, a fim de evitar um escândalo sexual no final de sua campanha presidencial de 2016.

Se Trump for declarado culpado, as repercussões políticas superariam em muito a gravidade das acusações, pois, a apenas cinco meses das eleições presidenciais, o candidato também se tornaria um criminoso condenado.

Caso seja declarado culpado, o líder republicando poderia ser sentenciado a até quatro anos de prisão por cada uma das 34 acusações. No entanto, especialistas jurídicos garantem que, como Trump não tem antecedentes, é pouco provável que ele seja preso.

Uma condenação não o impediria de concorrer nas eleições de novembro e é quase certo que ele recorreria da decisão. Caso o julgamento seja anulado, os promotores podem solicitar um novo julgamento.

A equipe de defesa de Trump insistiu que as provas para uma condenação simplesmente não existem, enquanto a acusação rebateu que há "fortes evidências"