O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou, nesta segunda-feira (10), que é a favor da participação da Rússia nas negociações de paz na Ucrânia, durante uma conversa telefônica com o presidente russo Vladimir Putin. "Sobre a Ucrânia, o presidente Lula reiterou a defesa de negociações de paz que envolvam os dois lados do conflito", indicou o Palácio do Planalto em nota na qual afirmou que o presidente brasileiro recebeu "uma ligação" de Putin pela manhã.

O governo da Rússia disse no início de maio não ver sentido para a iniciativa.

Lula lembrou que essa posição estava "em linha com o documento assinado" por seu assessor especial, Celso Amorim, com autoridades chinesas em Pequim no dia 23 de maio.

No texto, os dois países apoiam a realização de uma conferência internacional de paz "em um momento apropriado" e que seja reconhecida por Rússia e Ucrânia.

O governo ucraniano, liderado por Volodimir Zelenski, discorda da abordagem proposta por Brasil e China. A ligação entre Putin e Lula ocorreu dias antes de uma conferência de paz que será realizada na Suíça, nos dias 15 e 16, a pedido de Zelenski, e com a participação de dezenas de países.

Lula viajará para a Europa esta semana para uma reunião da Organização Internacional do Trabalho (OIT) na quinta-feira (13), em Genebra, antes de participar da cúpula do G7 na Itália. O presidente, entretanto, não vai comparecer à cúpula sobre a Ucrânia.

O presidente brasileiro causou polêmica em várias ocasiões ao afirmar que a responsabilidade pelo conflito na Ucrânia é compartilhada, apesar de ter condenado a invasão russa.

Pequim e Brasília tentam se posicionar como mediadores na guerra da Ucrânia e, ao contrário dos países ocidentais, não impuseram sanções à Rússia pela invasão.

O Planalto também informou que Putin "expressou sua solidariedade com as vítimas das enchentes" que devastaram o Rio Grande do Sul e deixaram mais de 170 mortos.

(AFP e Folhapress)